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Nesta sexta-feira, o Diálogos na USP discute o primeiro ano do mandato do presidente francês, Emmanuel Macron, e a atual situação da política internacional europeia. Vitorioso em um processo eleitoral que polarizou a sociedade francesa, Macron surge como uma alternativa de centro frente ao crescimento da extrema-direita e do discurso conservador. Ainda é cedo para um balanço aprofundado de seu governo, contudo, maioria parlamentar e o maior nível de crescimento do PIB francês dos últimos anos garantem estabilidade ao presidente francês. No plano internacional, a figura de Macron se mantém como um freio à guinada do conservadorismo e à possibilidade de distensionamento das relações na União Europeia.

O professor Adrián Albala, pós-doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo, comenta que o presidente francês tem o contexto político a seu favor, já que a esquerda está pouco articulada e só atua no campo da extrema-esquerda, e a direita se mantém como aliada em virtude da agenda liberal proposta por Macron. O especialista também ressalta que, em um ano, o presidente foi bastante ativo, pois aprovou ao redor de 50 leis e promoveu crescimento econômico; contudo, também afirma que ainda há muito o que fazer. A respeito das greves, o professor comenta que tal forma de manifestação política é muito comum na França e que, apesar das políticas públicas liberais de Macron, as greves não promoveram o efeito nem tiveram a relevância política que se esperava: “Houve greves sim, mas bastante apagadas”, afirma.

O coordenador do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da USP (Gacint), Alberto Pfeifer, também analisa o primeiro ano do presidente francês como positivo, e reafirma que a maioria no parlamento lhe assegura um andamento mais fluido de suas propostas. Para o professor, Macron tem conseguido promover mudanças no plano doméstico, apesar de um certo desgaste originado em virtude das greves e manifestações contra sua política liberal. O especialista também ressalta que o mais importante êxito do primeiro ano do mandato foi o relançamento da França no centro da política europeia, fazendo valer os interesses franceses no cenário internacional.
Os convidados concordam que Emmanuel Macron tem um grande potencial como figura no cenário internacional e é importante peça na rearticulação do bloco europeu e em seu projeto de integração. Também avaliam como positiva a aproximação com o presidente norte-americano, Donald Trump, mas ressaltam que a prioridade são as relações dentro da União Europeia, em especial com a Alemanha de Angela Merkel. Para saber mais sobre o primeiro ano de Emmanuel Macron na presidência e sua importância no cenário internacional, confira os dois blocos do Diálogos na USP no player acima.
Esta edição do Diálogos na USP, produzida pelo Departamento de Jornalismo da Rádio USP, teve apresentação de Roberto Castro e trabalhos técnicos de Márcio Ortiz.