Pessoas comuns podem fazer a diferença no combate à corrupção. Pelo menos é o que pensam 83% dos entrevistados sobre o assunto pela ONG Transparência Internacional. É o maior porcentual encontrado nos 20 países da América Latina em que a pesquisa foi feita, no ano passado.
Aqui no Brasil, nesse período da pesquisa, ocorreu o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na mesma apuração, 78% dos entrevistados acreditam que o nível da corrupção aumentou.

O juiz aposentado Luiz Flávio Gomes, presidente do Instituto Avante Brasil, de combate à corrupção, formado pela Faculdade de Direito (FD) do Largo São Francisco da USP, defende a criação de um mecanismo que estimule a delação de corrupção por pessoas que não estejam envolvidas no crime, mas que tenham provas.
Nos Estados Unidos e na Inglaterra existe o whistleblower, ou denunciante, em inglês. Trata-se de uma legislação que premia e dá proteção ao denunciante.
O juiz acredita que há alternativas para que a corrupção seja denunciada pelo cidadão. Qualquer funcionário de uma empresa ou órgão público que não esteja envolvido na corrupção, mas que tenha acesso a documentos como e-mails, por exemplo, deveria se sentir estimulado a delatar o esquema de corrupção.
O juiz avalia a situação no Brasil e diz que a Justiça está dividida entre os magistrados que querem combater e punir os criminosos, e citou a Operação Lava-Jato, e os que defendem e acobertam a elite política praticante de corrupção.