O clima cada vez mais instável é resultado do aquecimento global

Especialista em aquecimento global afirma que os polos estão sofrendo os efeitos do aumento da temperatura da Terra e as estações estão mais longas e instáveis

 02/08/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 05/02/2024 às 12:11
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Fotomontagem com imagens de Freepik por Jornal da USP
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Durante as últimas décadas, muito se discutiu sobre as possíveis consequências do aquecimento global por conta do aumento de emissões de gases causadores do efeito estufa, e como a elevação da temperatura média do planeta é uma ameaça para o futuro da humanidade. Em 2018, a Nasa (Agência Espacial dos Estados Unidos) identificou que a temperatura média do planeta foi a quarta mais alta em 140 anos.

Professor Paulo Artaxo – Foto: Acervo Pessoal

Países da Europa, Estados Unidos e Ásia estão enfrentando uma onda de altas temperaturas nunca antes registradas. A França fez um alerta à população sobre o calor extremo e incêndios mortais varreram Portugal, Espanha e outros países, forçando milhares de pessoas a deixar suas casas. Em meio às mudanças climáticas, as ondas de calor vêm ficando cada vez mais frequentes e intensas. 

O professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física da USP e especialista em mudanças climáticas globais, confirma que as temperaturas aumentaram em função do aquecimento global.  Outro fato observado por especialistas é que as estações estão mais longas, sejam com ondas de calor, frio ou chuva, mostrando que o clima está cada vez mais instável.

Sérios problemas à saúde

Como têm potencial para se expandir por grandes áreas, essas ondas de calor acabam submetendo grande quantidade de pessoas a temperaturas que podem causar problemas sérios para a saúde que vão da desidratação à morte, como aconteceu este ano na Europa. 

O corpo é o primeiro a sofrer, com as temperaturas elevadas, colocando em risco a vida de quem vive em locais onde existe o calor extremo. A queima de combustíveis fósseis e o desmatamento são as principais fontes de gases na atmosfera. Por isso essa emissão precisa ser reduzida imediatamente. 

Simulação da quantidade de dióxido de carbono na atmosfera da Terra se metade das emissões de aquecimento global não forem absorvidas – Imagem: Nasa/Wikimedia Commons

 

Artaxo explica que os polos Ártico e Antártica são as pontas mais frágeis do planeta, por isso são os que mais sentem os efeitos do aquecimento global, com o derretimento das geleiras. O especialista em mudanças climáticas globais da USP alerta para o futuro do planeta. As ondas de calor vão ser cada vez mais fortes e intensas, por isso é necessário imediatismo no controle da derrubada de florestas e matas, além de um conjunto de esforços para conter a redução da emissão da queima de combustíveis fósseis. Vale lembrar que o Brasil é signatário do Acordo de Paris e outros compromissos internacionais para diminuir a emissão de carbono e gases prejudiciais.


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