A doença pode caminhar lentamente, sem sintomas muito expressivos – Montagem sobre ilustrações de Freepik – CC

Insuficiência renal crônica pode ser identificada a partir de exames de rotina

O acompanhamento frequente do índice de creatinina no sangue pode evitar a doença, que já é considerada uma epidemia

 19/10/2022 - Publicado há 2 anos

Texto: Redação

Arte: Rebeca Fonseca

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O crescente número de casos de insuficiência renal crônica tem alertado para os cuidados e prevenções com a saúde nefrológica. A doença, que já é considerada uma epidemia do milênio, acomete um em cada dez indivíduos e encontra entre as principais causas as doenças crônicas, como diabete e hipertensão, além do sedentarismo, obesidade e a dieta mal orientada. 

Pela ausência de sintomas bem delimitados, a doença requer um acompanhamento constante, com exames de níveis de creatinina no sangue e a observação da presença de proteína na urina. Hugo Abensur, membro do Serviço de Hemodiálise do Hospital das Clínicas da FMUSP, diz que o que é possível identificar é um certo inchaço na região do rosto, um pouco de enjoo e uma leve anemia. Mas comenta que “a doença pode caminhar lentamente”, sem sintomas muito expressivos, o que explica o fato de alguns pacientes já chegarem aos hospitais em estágios avançados da insuficiência renal. 

O marcador da doença renal é baseado na produção de creatinina no sangue. A depender do nível dessa substância na corrente sanguínea do paciente, a hemodiálise passa a ser necessária. Só que, em alguns casos, o transplante de rim pode ser uma solução mais imediata, não sendo preciso a “diálise”. A principal questão que envolve o transplante é a compatibilidade do órgão do doador com o receptor. Por isso, Hugo Abensur destaca a importância do monitoramento dos grupos de risco, a fim de retardar a progressão da doença. 

Hugo Abensur – Foto: Currículo Lattes

Possíveis alternativas

Só no País, “30 mil pessoas esperam por um transplante de rim” e “140 mil pacientes diários consomem 5% do orçamento em saúde”. Com esses dados, Abensur diz ser necessário diminuir a chegada de pacientes nos hospitais, com a possibilidade da sobrecarga das máquinas de hemodiálise e com o crescimento da fila para o transplante de rim. 

O  tratamento é conservador e varia a partir da porcentagem da função renal: medicamentos, se for abaixo dos 10%, e o transplante direto, nos casos que excedem esse índice. Abensur finaliza chamando a atenção para a preocupação com os exames envolvendo a creatinina no sangue, assim como a glicose e o colesterol, a partir de exames anuais, a fim de prevenir essa doença que pode “trazer muitos transtornos no dia a dia”.

 


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