A isoniazida, remédio utilizado no tratamento da infecção latente por tuberculose, será testada em formato de 300 mg, o que possibilitará que os infectados tomem apenas uma dose do remédio ao dia, ao invés de três. Vera Maria Neder Galesi, diretora da Divisão de Tuberculose do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, explicou o que é a infecção latente e comentou a dificuldade em tratar a tuberculose.
A tuberculose é uma doença que pode afetar qualquer órgão do organismo, mas ataca preferencialmente o pulmão. Essa forma pulmonar é a que preocupa a saúde coletiva, pois é assim que a doença é transmitida. Vera Maria explica que, quando alguém entra em contato com o bacilo, transmitido por algum doente de tuberculose, essa pessoa será infectada. Se a imunidade dela for boa, o bacilo pode ser eliminado, mas há casos de imunidade baixa em que o bacilo permanece crescente no organismo. Isso configura uma infecção latente, que é tratada com a isoniazida. Esse indivíduo não tem sintomas de doença alguma, mas também precisa se tratar por meses. Sendo assim, é muito mais simples tomar apenas um comprimido. A especialista ressalta que não há droga nova e que a tuberculose continua sendo tratada por no mínimo seis meses, com quatro medicamentos diferentes.
O tratamento da tuberculose é difícil e longo pela característica que o bacilo possui de ser naturalmente resistente às drogas. É necessário um “fogo cruzado”, no qual um fármaco auxilia o outro. Se os medicamentos são tomados com irregularidade, o bacilo torna-se resistente e são necessários remédios mais caros, porém menos eficientes. Por essa razão, o paciente deve ser supervisionado. Para Vera Maria, é preciso uma união da sociedade, em que participem a saúde, a assistência social e também a imprensa, divulgando a doença. Dessa maneira, evita-se o abandono ao tratamento.
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