Não bastassem as medidas anti-imigração de Trump, que separaram crianças pequenas de seus pais, a Hungria também resolveu “inovar” nessa área. Naquele país, quem oferecer um cobertor, um prato de comida ou apenas ajudar com uma indicação de endereço qualquer imigrante está sujeito a parar na cadeia. “A pobreza tem sido criminalizada, a vulnerabilidade já foi criminalizada e só faltava esta: os direitos humanos acabam de ser criminalizados pelo governo de extrema direita de Viktor Orbán”, diz a professora Marília Fiorillo em sua coluna semanal para a Rádio USP. Na última quarta-feira (20), o parlamento húngaro contabilizou 160 votos a favor da criminalização do auxílio humanitário e apenas 18 contra.
Por essa e por outras medidas já adotadas, a colunista acredita que a Hungria irá se notabilizar “como o mais raivosamente xenófobo país da União Europeia”, o que, por outro lado, representa “mais um golpe na debilitada costura da comunidade europeia”. Nas palavras de Orbán (líder do partido de extrema direita Fidesz): “Assim como nós toleramos que alguns membros da União Europeia admitam imigrantes, eles têm que tolerar o fato de não desejarmos fazer o mesmo”. Para Marília Fiorillo, “a moda, de fato, pegou. Hungria para os húngaros, e a vitória do princípio da hostilidade”. Ouça, no link acima, a íntegra da coluna Conflito e Diálogo.