Nascidos a partir dos anos 1980, a geração milênio vive em contato com a tecnologia: são nativos digitais que desfrutam do acesso a informações 24 horas por dia. Nesta semana, o programa Diálogos na USP busca entender o que define a nova juventude e de que modo acontecem as interações entre esses jovens e as gerações anteriores.
Convidada do programa, a professora Leila Tardivo, do Instituto de Psicologia (IP) da USP, lembra que a mudança de gerações é saudável, apesar de dificultar o diálogo com os mais velhos — as novas expressões que surgem no vocabulário são símbolo disso. “Costumo dizer que não podemos defender uma volta ao passado”, diz a professora.
Para Rodrigo Cunha da Silva, doutor pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP e um pesquisador do tema, a geração milênio apresenta pontos fortes como a capacidade de ser flexível para o horário de trabalho e ter mais tolerância com diferentes pontos de vista. Mas ela encontra dificuldades em lidar com a frustração e vive em busca de recompensas imediatas para esforços nem sempre consideráveis.
Leila observa com preocupação a ocorrência de suicídios e automutilações que ocorrem entre os jovens atuais, mas também mostra como a juventude atual é capaz de encontrar novas soluções empreendedoras. “Vivemos de um lado um boom de tecnologia e criatividade, e, de outro, dados alarmantes de violência e de tédio, falta de interesse”, afirma.
Isso influencia no mundo dos negócios, que pode estar ou não mais aberto a recepcionar os millennials. “Se considerarmos que a maioria das empresas do Brasil tem um perfil mais rígido, tradicional, é um desafio que aparece bastante”, coloca Cunha.
Ouça, acima, a íntegra do programa Diálogos na USP.
.
.