A Petrobras, um orgulho nacional e fonte de riqueza, passou a ser vista nos últimos anos como um problema para o País e um gasto para o Estado. As interferências do poder público na estatal são causa de grande discussão entre os especialistas em economia, administração e energia.
Por esse motivo, o Diálogos na USP debate, nesta edição, se a Petrobras deve ser dirigida como uma empresa privada, que visa ao lucro e é guiada pela competitividade internacional, ou se deve estar comprometida com o mercado interno de combustível, tendo assim maior interferência estatal.
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Para discutir sobre a questão, Marcelo Rollemberg e Luiz Roberto Serrano, superintendente de Comunicação Social da USP, receberam os professores Ildo Sauer, diretor do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP e ex-diretor executivo da Petrobras entre 2003 e 2007, e Sérgio Almeida, que leciona Teoria Econômica na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP.
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O professor Sauer explica que a atual crise da Petrobras pode ter sido ocasionada pela estatal praticar preços muito diferentes dos preços estipulados pelo mercado internacional. “De 2015 pra cá, os preços da Petrobras ficaram acima do preço internacional, então as distribuidoras começaram a comprar petróleo privado.” Segundo ele, isso explica a baixa produtividade das refinarias brasileiras e o encarecimento do combustível.
Discutiu-se também a tentativa do governo federal de tabelar o preço do diesel após a greve dos caminhoneiros, que parou o País no fim do mês de maio e foi motivada pelo alto preço da gasolina. O professor Sérgio Almeida comenta que “qualquer tipo de tentativa de tabelar preços é um erro, pois provoca distorções maiores no mercado e abre espaço para o surgimento de mercados paralelos”.
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Ouça na íntegra o programa Diálogos na USP , que vai ao ar, ao vivo, toda sexta feira, às 11h. Esta edição teve apresentação de Marcello Rollemberg e trabalhos técnicos de Márcio Ortiz. A produção é do Departamento de Jornalismo da Rádio USP.