A greve e os protestos dos caminhoneiros tornaram explícita a grande dependência do País pelo transporte rodoviário.

Segundo o professor Claudio Barbieri da Cunha, do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica (EP) da USP, “o Brasil tem características continentais que permitiriam, potencialmente, o uso de outros modais mais eficientes, particularmente ferroviário e hidroviário – e talvez o marítimo de cabotagem – para o transporte de cargas de longas distâncias”.
Porém, de acordo com o especialista, “políticas descoordenadas levaram o País a ter uma certa característica geográfica de ocupação de seu território”. Fato que, analisa o professor, inibiu o “investimento em modais alternativos” tornando esses projetos “menos atraentes do que poderiam ser”.
“A ferrovia, em geral, tem movimento em um sentido e praticamente nenhum movimento no outro”, exemplifica Cunha. “Isso faz com que parte do custo fixo do investimento elevado não possa ser recuperado da maneira como poderia.”
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