A nova legislação sobre o trabalho escravo no Brasil é considerada por muitos um símbolo de retrocesso. O professor Gilson Schwartz lembra que essa atualização da lei, emitida por meio de uma portaria do Ministério do Trabalho, é fruto da concentração do poder político nas mãos de quem controla a produção no meio rural — ambiente em que o trabalho análogo à escravidão é mais difícil de ser fiscalizado.
Apesar de o campo empregar um porcentual pequeno do total da força de trabalho do País — algo que não chega a 10% —, os representantes da bancada ruralista possuem grande influência frente ao Congresso Nacional e ao presidente da República.
Schwartz aponta que, para superar retrocessos do tipo, é necessário aumentar a representatividade política das demais forças produtivas do Brasil. “Temos um problema na relação do que é a economia brasileira, onde são gerados o emprego e a renda, e quem afinal é representado no Congresso”, diz o colunista.