Como o sistema brasileiro de reciclagem impacta as ações domésticas

Ana Maria de Meira dá dicas de como otimizar a reciclagem e descartar materiais da maneira certa

 Publicado: 26/06/2024
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No Brasil, a triagem é frequentemente feita por catadores autônomos – Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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A estimativa é de que apenas 4% do lixo seja reciclado no Brasil, e é importante que a população faça o possível para contribuir para uma melhora. Mas mesmo isso é difícil, pois informações contraditórias se apresentam; afinal, é preciso ou não lavar o lixo? E onde descartar cada objeto? De uma forma geral, sim, devemos lavar o lixo. A educadora ambiental da USP, Ana Maria de Meira, afirma: “A gente sempre encaminha o material o mais limpo possível”. E também dá um exemplo: “A caixa de leite, se ela estiver muito impregnada de sujeira de resto de leite, por exemplo; então é bom passar uma água, mas sem excesso, isso tem que ficar muito claro”.

As informações de que isso seria desnecessário não são necessariamente falsas, mas dizem respeito a outros países. Lá, eles usam um sistema ‘multisseriado’, que separa o lixo de maneira ágil e específica. No Brasil, por outro lado, a triagem é frequentemente feita por catadores autônomos. Por isso, é importante que seja feita uma pré-lavagem para que a parte orgânica não comprometa a saúde desses trabalhadores, pois ela pode atrair doenças e animais. Outra questão é não comprometer o lixo em si, considerando que pode demorar para que o lixo seja levado para a reciclagem, e assim é importante evitar que a sujeira contamine o resto.

Outras ações

Ana Maria de Meira – Foto: CV Lattes

Uma vez que o lixo orgânico e reciclável já é separado é possível pensar em práticas além. A primeira dica que a professora dá é de incluir uma terceira separação: os rejeitos. Estes, segundo Ana, “não têm uma tecnologia que permita reciclar; eles têm potencial, mas eles não vão ser reciclados”.

Exemplos de rejeitos que ela dá são embalagens de isopor e aluminizadas (como de salgadinhos), fraldas e camisinhas usadas e cerâmica. Caso o município não tenha uma coleta para esse tipo específico – o que é comum –, o melhor seria aterrá-los, descartando-os junto com o orgânico. Mas se ficou confuso, ela dá uma dica: “Na dúvida, se estiver limpo e estiver seco, põe para reciclagem que eles vão fazer uma próxima triagem”.

Outra ação muito útil é se aproveitar da lei da logística reversa. Promulgada em 2010, ela transfere a responsabilidade do lixo empresarial para as próprias empresas. Objetos como pneus, eletrodomésticos, remédios e pilhas têm de ser descartados de uma forma especial e da parte da população basta levá-los aos pontos designados. O descarte fica por conta das empresas.

Para acessar os pontos de coleta perto de você, consulte a página do seu Estado ou município. Este é o do Estado de São Paulo, mas que direciona também para várias organizações por todo o Brasil.


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