A chegada do verão, com dias quentes e aumento da umidade, traz de volta a ameaça do retorno do Aedes aegypti, que costuma se proliferar justamente nessa época do ano. Na tentativa de combater a ação do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, a Prefeitura da capital lançou um plano municipal de enfrentamento das arboviroses (doenças causadas por mosquitos como os da dengue e da febre amarela). Mais de 11 mil agentes estão nas ruas, buscando eliminar possíveis criadores do Aedes aegypti.
O professor Expedito Luna, do setor de Epidemiologia do Instituto de Medicina Tropical da USP, considera bem-vinda toda e qualquer iniciativa que vise ao controle do mosquito, mas observa que elas têm limitações e que necessitam de um trabalho conjunto, o que inclui a colaboração da população. “Não existe esse Estado pai, que vai estar na casa de todos os brasileiros, de todas as pessoas da cidade de S. Paulo ao mesmo tempo, verificando se não há criadouros do mosquito”, diz ele. Todos devem estar conscientes de que recipientes com coleção de água são criadouros potenciais do Aedes aegypti. Na opinião dele, é necessária uma ação de comunicação mais eficaz por parte dos órgãos públicos.
Luna acredita que a saúde pública brasileira tem falhado em estabelecer um contato permanente com a população que leve a uma mudança de comportamento. No mais, algumas medidas simples podem nos prevenir contra os ataques do mosquito da dengue, como colocar telas nas portas e janelas das casas. A essa medida, de proteção individual, deve ser adicionada a importância de se vacinar contra a febre amarela ou a de usar calças e mangas compridas em áreas de risco, sem esquecer, é claro, do uso de repelentes nas áreas mais expostas do corpo.