Na coluna Diplomacia e Interesse Nacional, o embaixador Rubens Barbosa trata das eleições na Venezuela. O presidente Nicolás Maduro conseguiu se reeleger, mesmo com a oposição boicotando as eleições, porque muitos líderes estavam presos e foram impedidos de participar.
Segundo Barbosa, a eleição contou com 57% de abstenção, e Maduro obteve mais de 67% dos votos. O candidato da oposição, com mais votos, foi Henri Falcón, que liderou folgadamente as pesquisas até as vésperas da eleição e foi quem denunciou a fraude.
O Brasil também se posicionou contra os resultados da eleição. Barbosa afirma que o governo brasileiro está apoiando uma série de medidas restritivas, econômicas e financeiras que foram sugeridas pelo grupo de Lima, que está acompanhando a situação.
“A crise na Venezuela é enorme, com inflação de 13 mil por cento, crescimento econômico negativo alto, falta de alimentos e remédios e, para culminar, um crescente êxodo da população. Há uma estimativa de 1,6 milhão de pessoas que saíram do país. A subida do preço do petróleo alivia um pouco essa inflação, mas não resolve o problema da dívida da Venezuela, de US$ 160 bilhões.”
O colunista avalia que Maduro vai continuar governando a Venezuela como o fez até o momento, com um regime autoritário apoiado pelas forças armadas, pelas milícias, por Cuba e com sanções crescentes dos Estados Unidos.
E, sobre o Brasil, Barbosa afirma que, embora continuemos sem relações diplomáticas com o país, é preciso iniciar algumas conversas. “A situação é muito difícil. Vamos ver, nos próximos meses, como o governo brasileiro vai encarar. Particularmente, eu acho que o Brasil deveria iniciar algumas conversas que seriam continuadas a partir do começo do ano que vem, para tentar uma situação negociada para essa grande crise política, econômica, social e de direitos humanos.”
Ouça a coluna na íntegra no áudio acima.