Ao contrário do que se poderia pensar, as pesquisas de intenção de voto realizadas após o atentado contra o presidenciável Jair Bolsonaro não mostraram um efeito eleitoral tão forte, pelo menos num primeiro momento. Houve, na verdade, uma certa ascensão do candidato, mas pequena, do mesmo modo que não houve uma queda – pelo menos de forma expressiva – na rejeição de Bolsonaro, que continua grande. De qualquer maneira, segundo André Singer, ainda que não tenha ocorrido uma explosão de votos favoráveis ao candidato, “a verdade é que o atentado talvez tenha criado as condições para que ele caminhe em direção ao segundo turno”.
Ainda que as previsões de momento não possam ser feitas de forma mais precisa, é provável, portanto, que Bolsonaro vá para o segundo turno – resta saber com quem. O certo é que, em algum momento da corrida presidencial, algum outro candidato desponte como oponente daquele no segundo turno, diz Singer. “Uma coisa que se pode dizer é que, se confirmada essa possibilidade de Jair Bolsonaro estar no segundo turno, dado o teor radical da candidatura do ex-capitão, é provável que nós tenhamos um segundo turno bastante radicalizado”, analisa o cientista político.