Época de inverno representa ar muito seco com narinas, pele e lábios ressecados, e o professor Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), comenta como essa característica do inverno interfere em nossa saúde.
Quem faz o papel de aquecer o ar e filtrar as impurezas são as vias aéreas respiratórias. Nesta época, a pressão sobre as vias aéreas aumenta, fazendo com que elas se desidratem, e os mecanismos de remoção dos micro-organismos dependem da umidade do ar para umidificar as vias aéreas, que ficam comprometidas, causando doenças respiratórias.
Em época de seca, os poluentes atmosféricos e as partículas que contêm substâncias tóxicas ficam muito mais tempo em suspensão e, consequentemente, os indivíduos inalam mais impurezas. “Muitas dessas partículas carregam vírus, bactérias que causam algumas doenças infecciosas, cardiovasculares e respiratórias”, explica Saldiva.
O professor comenta que os vírus de transmissão interpessoal, como o influenza e o coronavírus, dependem da proximidade de pessoas infectadas. Neste caso, ele explica que nós somos os vetores desse tipo de doença. “Infelizmente, a covid-19 chega no Brasil no momento propício para a disseminação de doenças virais.”
Paulo Saldiva faz algumas recomendações para evitar os sintomas do ar seco. Buscar usar soro fisiológico para os olhos. Para o nariz, usar gotas nasais sem medicação, de quatro em quatro horas, e umidificar o ar das 10h30 às 15 horas, período maior de secura do ar.
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