As chuvas que ocorrem na Amazônia são o tema do programa Ambiente é o Meio desta semana. Quem fala sobre o assunto é o professor Henrique de Melo Jorge Barbosa, do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física (IFUSP) da USP.
Acreditava-se que a Amazônia fornecia gás oxigênio para o mundo através da fotossíntese de plantas que estão na superfície, porém, Barbosa afirma que estudos recentes revelam que todo o oxigênio produzido é consumido pela floresta e que, na verdade, a Floresta Amazônica funciona como um propulsor de chuvas para o Brasil.
O professor explica que, associado ao processo de fotossíntese, está a troca de vapor d’água que a planta faz com a atmosfera, a chamada evapotranspiração, que ocorre através da abertura dos estômatos das folhas para permitir a entrada do CO₂ e a saída de água. “Essa quantidade de água que é evapotranspirada da floresta para a atmosfera é muito grande na Amazônia. Porque a floresta está ali, o ar em cima da floresta é muito mais úmido. Os ventos que vem desde o Equador transportam o vapor d’água do oceano para cima do continente, e se não fosse a floresta reciclando esse vapor, o ar que vem para o Sudeste seria muito mais seco”.
Barbosa conta que, através de observações e diferentes tipos de experimentos, estima-se que 25% das chuvas que caem do norte da Argentina ao Sul do Brasil vêm das águas que se originaram na Floresta Amazônica. “Por isso há esse debate sobre o quão importante é a Amazônia para a chuva nas outras regiões do nosso continente e o que pode acontecer se mudarmos a floresta. Por exemplo, desmatar e trocar a Amazônia por pastagem de soja”.
Ambiente É o Meio é uma produção da Rádio USP Ribeirão Preto em parceria com professores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP e Programa USP Recicla da Superintendência de Gestão Ambiental (SGA) da USP.
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