O programa Ambiente é o Meio desta quarta-feira, 5 de agosto, volta a conversar com o pesquisador Mario Cohn-Haft, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), sobre a pesquisa e estudos dos pássaros na Amazônia. Cohn-Haft afirma que “os pássaros são excelentes indicadores ambientais”, já que as espécies se dividem pela floresta, em todos os tipos de ambiente. Ele explica que a ave que existe em uma determinada região da Amazônia será diferente da espécie que está na região ao lado e que isso é uma das principais características dos pássaros.
O pesquisador americano, que está no Brasil há mais de 30 anos, conta que descobriu cerca de seis novas espécies de aves na Amazônia. Para ele, não há fórmula mágica para isso, o pesquisador precisa ter conhecimento. “Tem que estar preparado e conhecer o que já é conhecido para quando se deparar com algo novo, reconhecer.” Quando um pesquisador suspeita estar diante de uma ave ainda desconhecida, é preciso fazer um trabalho de comparação com todas as espécies já conhecidas. Para isso, a única opção é coletar espécies. “É um assunto polêmico”, já avisa Cohn-Haft, “mas se você não coleta ou não documenta, com fotos ou gravações, não vai avançar no conhecimento”.
A preservação da Amazônia é um assunto muito debatido e preocupante, principalmente para os conservacionistas. Cohn-Haft, que se diz uma pessoa positiva, muda o discurso ao falar sobre o tema. “É muito difícil ser otimista sobre o futuro da Amazônia.” Ele explica que administrar uma área do tamanho da floresta, pensando na preservação da biodiversidade e dos serviços ambientais, “não é nada fácil”. Administrar a Amazônia requer boa vontade política e do povo, o que não acontece, segundo ele. “É muito difícil achar que a gente tem alguma chance de preservar.” Para ele, além da má vontade, o “analfabetismo ambiental e ecológico é outro problema que assola o País todo”. Cohn-Haft afirma que deve se discutir os prós e os contras das ações do homem na Amazônia e mostrar que o desmatamento não é vantagem. “Todo mundo, se pensasse no futuro, seria conservacionista”, finaliza.
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