Mercado de trabalho dá sinais de recuperação

Setor de serviços alavanca saldo positivo do mercado de trabalho no mês de fevereiro e também no acumulado dos últimos 12 meses

 02/05/2017 - Publicado há 7 anos

 

A boa nova vem do setor de serviços, com dados de fevereiro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que sinalizam cenário mais otimista no mercado de trabalho para o ano de 2017. Tanto o Brasil como o Estado de São Paulo criaram vagas líquidas pela primeira vez desde março de 2015. O comércio foi o que registrou os piores números no mês de fevereiro de 2017, salvo as cidades de Sertãozinho e Franca.

As análises estão na última edição do boletim Mercado de Trabalho do Ceper/Fundace, órgão ligado aos pesquisadores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da USP. Os saldos positivos vieram de todas as regiões brasileiras para a criação de empregos no mês de fevereiro e também para o acumulado dos últimos 12 meses (entre março de 2016 e fevereiro de 2017), quando comparado ao mesmo período do ano anterior. O município de Sertãozinho foi destaque, com maior saldo positivo.

As expectativas de comerciantes e de prestadores de serviço, segundo o Icom (Índice de Confiança do Comércio) e o ICS (Índice de Confiança de Serviços), da Fundação Getúlio Vargas, estão também mais otimistas. Isso devido à queda dos juros, redução da inflação e liberação das contas inativas do FGTS, que deve promover certo aquecimento da economia, avalia o coordenador do estudo, o professor e pesquisador da Fearp Sergio Sakurai. Para ele, no entanto, “a resposta do mercado de trabalho deve se dar de forma mais lenta e gradual”.

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A Região Administrativa de Ribeirão Preto (Rarp) registrou saldo de 2.863 contratações líquidas no mês de fevereiro de 2017, montante superior às 2.430 contratações líquidas registradas no mesmo mês do ano anterior. O setor de serviços foi o que mais contratou (1.347 vagas líquidas) e a construção civil exibiu o pior desempenho, com 109 demissões líquidas.

O Boletim do Ceper mostra que, no saldo acumulado entre março de 2016 e fevereiro de 2017, a região registra 3.489 demissões líquidas, montante que, apesar de significativo, é bastante inferior às 12.081 demissões contabilizadas entre março de 2015 e fevereiro de 2016, o que se deve ao fato de indústria, comércio e construção civil terem reduzido o número de demissões líquidas (embora o setor de serviços tenha aumentado o número de desligamentos líquidos e a agropecuária reduzido o número de vagas líquidas criadas).

As melhoras, porém, devem ser vistas com ressalvas. Sakurai cita dados da PNAD contínua do IBGE, que revelam que a população desocupada atingiu um pico de 13,5 milhões de pessoas entre dezembro de 2016 e fevereiro de 2017, um recorde desde a série de levantamentos do Ceper, iniciada no primeiro trimestre de 2012.

“Esse montante reflete um aumento de 30,6% (ou 3,2 milhões de pessoas) em busca de trabalho, quando comparado com igual trimestre de 2016”, aponta. Na taxa de desocupação, houve um aumento de 1,3 ponto porcentual em relação ao trimestre imediatamente anterior (de setembro a novembro de 2016), atingindo 13,2%.

O rendimento real habitual médio entre dezembro de 2016 e fevereiro de 2017, por sua vez, manteve-se estável, atingindo R$ 2.068 frente aos R$ 2.049 do trimestre anterior e aos R$ 2.037 do mesmo trimestre em 2016. 

 


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