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“Olá a todos ouvintes da Rádio USP; hoje conversaremos sobre algo que não está apenas na cabeça dos corredores, mas também, literalmente, nos pés”. É dessa forma que o professor Bruno Bedo dá início à sua coluna sobre o uso de tênis com placas de carbono para corredores profissionais e amadores. Essas placas são projetadas para armazenar energia, permitindo, segundo o especialista, não apenas que ela seja armazenada, mas também liberada de forma mais eficiente. Na teoria, essa característica das placas propicia não só a redução da fadiga muscular como também  permite uma melhor eficiência mecânica da corrida. “Isso tem sido observado nos atletas de alto nível, principalmente, onde o seu desempenho melhorou após a utilização de tênis com essas placas de carbono, como, por exemplo, a quebra do recorde mundial da maratona abaixo das duas horas. Mas, quando a gente começa a pensar na economia de corrida, precisamos observar com mais cautela”.

Um estudo experimental e uma meta-análise realizada neste ano e publicada numa revista especializada mostrou que, no geral, existe um benefício estatisticamente comprovado da tecnologia desses novos calçados na economia de corrida em comparação a sapatilhas tradicionais, aquelas que não contêm placa de carbono, “portanto, de modo geral, é sim, eficiente, utilizar esses tênis pensando na economia de corrida”. Apesar disso, contudo, Bedo admite ser preciso cautela na interpretação desses dados e na utilização dos tênis de corrida com placas de carbono. O mesmo estudo mostrou que, quando atletas de alto nível e amadores utilizam esses tênis, existe uma variabilidade na economia de corrida encontrada nesses atletas.