
De 20 a 22 de outubro, acontece na USP o colóquio Diálogos sobre Desigualdades Socioambientais: Paralelos entre Injustiça e Racismo Ambiental. O evento conta com a participação de pesquisadores brasileiros e norte-americanos, que discutem o histórico de racismo ambiental no Brasil e nos Estados Unidos (EUA). O evento é voltado para estudantes de graduação, pós-graduação, pesquisadores e articuladores sociais interessados em aprimorar e dialogar sobre meio ambiente, questões raciais, mudanças climáticas e planejamento urbano. Para se inscrever, é necessário enviar um e-mail para o endereço comunicacao@iee.usp.br, informando nome e instituição de vínculo.
A programação será composta de três mesas-redondas: Planejamento Urbano e Periferias; Justiça Ambiental e Justiça Social nas Cidades e um mapeamento participativo exclusivo para moradores da Brasilândia, periferia da zona norte de São Paulo. Além de propor um debate com pensadores e intelectuais brasileiros e do Norte global sobre pesquisas, metodologias e experiências, o colóquio discutirá o papel da participação social no enfrentamento destas questões.
De acordo com a organização, o colóquio pretende contribuir para a discussão de abordagens e ferramentas que possam colaborar para a proposição de cenários futuros, como o mapeamento participativo. Confira a programação completa abaixo:
Planejamento Urbano e Periferias: um Debate Intergeracional para o Enfrentamento ao Racismo Ambiental – Brasil/EUA 20/10 – 19h às 22h30 – Auditório da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) / USP Leste
Justiça Ambiental e Justiça Social nas Cidades – Combatendo o Racismo Ambiental
Mapeamento Participativo
O evento conta com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (Procam) do IEE, do Programa de Pós-Graduação em Mudança Social e Participação Política (ProMuSPP) da EACH, da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação da USP e do Instituto Polis. |
Racismo ambiental
A racialização das desigualdades socioambientais e a reflexão sobre os processos de apropriação desigual de bens resultantes da exploração dos recursos naturais têm sido temas recorrentes da academia. Por meio do método científico, é possível identificar quem são as populações mais impactadas pelas ações sobre o ambiente, no contexto brasileiro e internacional. O tema de racismo ambiental, por exemplo, foi levantado na década de 1980 nos EUA a partir da percepção da distribuição de lixos tóxicos e de contaminação em bairros de maior concentração de populações negras e imigrantes. A partir desse olhar do direcionamento de maiores impactos ambientais para grupos vulneráveis e em regiões periféricas, surgiu o movimento por justiça ambiental.
O racismo ambiental e a injustiça ambiental consideram que populações vulnerabilizadas e racializadas têm menor acesso a bens ambientais do que populações com baixa vulnerabilidade socioambiental. Além disso, os impactos ambientais causados pelas mudanças climáticas e direcionados a essa diferentes populações é desigual. Quando este contexto está associado à questão racial, constitui-se o racismo ambiental.
Em países da América Latina, essa mobilização foi se adicionando aos movimentos dos trabalhadores rurais sem terra, movimentos indígenas, movimento dos atingidos por barragem, entre outros, denominando-os como casos de injustiça ambiental. No Brasil, estudos têm apontado que a segregação socioespacial de pessoas negras, constituída no período pós-imperial, é um dos fatores determinantes para a condição atual de vulnerabilidade nos centros urbanos. Entre as consequências desta vulnerabilidade estão o alto índice de afetados diretamente pela falta de infraestrutura urbana, falta de serviços de saneamento básico, pelos alagamentos e deslizamentos.
Saiba mais:
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