A pós-graduação como protagonista no cenário nacional

Novo pró-reitor pretende implementar ações para tornar a pós-graduação da USP um modelo para o país

 18/03/2022 - Publicado há 2 anos
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A USP é a maior formadora de pós-graduandos do País. Desde a regulamentação e a padronização dos programas de pós-graduação na USP, em 1969, a Universidade já titulou 103.306 mestres e 70.145 doutores. Atualmente, são oferecidos 266 programas, com 25.085 alunos matriculados, 11.703 no Mestrado, 2.283 no Doutorado Direto e 11.099 no Doutorado.

Os números são superlativos e os desafios para aprimorar e modernizar essa estrutura são igualmente significativos. O novo pró-reitor de Pós-Graduação, Márcio de Castro Silva Filho, e o pró-reitor adjunto, Niels Olsen Saraiva Câmara, têm consciência da responsabilidade de estar à frente de área que representa um modelo para todo o País.

“Há uma continuidade de gestão. Uma série de iniciativas desenvolvidas na gestão do professor Carlotti [Silva foi pró-reitor adjunto nessa época] foram pioneiras e serão mantidas e, se possível, expandidas. A USP tem uma responsabilidade muito grande em função de sua história, seu tamanho, sua vanguarda e sua excelência em servir como modelo para a pós-graduação brasileira”, ressalta o pró-reitor.

Um desses projetos, que deverá ser encampado logo no início da gestão, é dar andamento à reflexão sobre uma nova proposta para a pós-graduação no País. “O atual modelo foi estabelecido em 1965 e muito pouco se avançou”, considera. Isso deverá ser feito a partir de duas vertentes, explica o pró-reitor: “Uma delas será da USP para fora, ao assumirmos esse papel de protagonismo dentro do sistema, propondo alterações no modelo e induzindo políticas de pós-graduação. Do ponto de vista interno, há o entendimento de que precisamos tornar os programas mais competitivos internacionalmente, criando políticas apoiadas em ações de mobilidade, modernizando os processos internos, desburocratizando e mantendo um olhar especial para aqueles 25% dos programas da USP que não estão bem avaliados pela Capes [Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior]”.

Márcio de Castro Silva Filho, pró-reitor de Pós-Graduação (PRPG) – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

 

Outro foco da gestão está voltado para a formação didático-pedagógica dos discentes e dos jovens docentes. A primeira ação nesse sentido e que já está em andamento, é o programa Future17, resultado de uma parceria com a Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani). Trata-se de uma nova iniciativa global oferecida pela University of Exeter e pela Quacquarelli Symonds Limited (QS), no Reino Unido, e pelas principais universidades internacionais para apoiar docentes e alunos para trabalharem com profissionais de todo o mundo na criação de soluções inovadoras para problemas reais, associados a um ou mais dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Foram selecionados 15 professores e 30 alunos de Mestrado e Doutorado da USP que já estão participando das atividades.

Proposta ousada

Em relação à internacionalização, o programa USP PrInt [Programa Institucional de Internacionalização] deverá ser fortalecido e os acordos globais de dupla titulação, como o assinado com a Universidade de Münster no último dia 15 de março, serão estimulados. Também será fomentada a ampliação do oferecimento de disciplinas na língua inglesa nos programas, além da redação de dissertações e teses e da realização de defesas em línguas estrangeiras.

As políticas de comunicação com a sociedade também são temas importantes para a nova gestão. “Hoje, 75% do que a USP produz nas teses não se tornam artigos científicos. E essa produção, em forma de mapas, partituras, livros, patentes, é desconhecida da sociedade. É relevante e premente a necessidade de reconhecermos e valorizarmos a produção técnica de nossos discentes”, afirma.

“Estamos apresentando uma proposta ousada, atuando em várias frentes. Pretendemos deixar a Pró-Reitoria ainda melhor. Esse processo de construção é muito dinâmico e são desafios que vão aparecendo, que precisam ser respondidos rapidamente”, conclui.


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