Esclarecimento do Instituto Oceanográfico sobre navio Alpha Crucis

O Instituto Oceanográfico divulgou esclarecimento acerca de matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo, em 19/05/14.

 20/05/2014 - Publicado há 10 anos
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Visando à total transparência e à divulgação da verdade, envio os esclarecimentos referentes a uma matéria mal intencionada, publicada na edição do dia 19 de maio de 2014, no jornal Folha de São Paulo.

Na semana passada, recebi dois e-mails, com perguntas de um jornalista da Folha de São Paulo, querendo saber dos problemas que impediam o navio oceanográfico Alpha Crucis de navegar. Expliquei-lhe, em farta troca de mensagens, que não havia qualquer problema técnico, mas que o Alpha Crucis deveria atender à legislação, sendo submetido a uma vistoria chamada Especial, que ocorre em janelas de cinco anos.

Expliquei-lhe que houvera uma opção de juntar uma docagem, que deveria ser realizada no final do ano passado, para a realização de uma vistoria Intermediária, com a Especial, que poderia ser realizada a partir do início deste ano, visando à redução de custos. Expliquei-lhe, ainda, que os atrasos na docagem deveram-se tanto às dificuldades burocráticas dos procedimentos licitatórios quanto ao recente contingenciamento de despesas. Cheguei a oferecer ao jornalista uma cópia do Edital de Licitação da Docagem, para que ele tivesse uma ideia de quão complexo era o processo, coisa que, obviamente, o mesmo recusou.

Em nenhum momento, houve qualquer menção a problemas do navio, já que, quem nele embarcou, sabe que há um esforço de manutenção permanente e, principalmente, porque não há problemas que ponham em risco a embarcação.

Não satisfeito, o mesmo jornalista questionou o fato do navio Prof. W. Besnard encontrar-se “largado” em Santos. Expliquei-lhe que o navio não estava largado, continuava com tripulação e manutenção periódicas.

Para surpresa minha, e dos que leram a matéria, o jornalista, de maneira torpe, e usando título sensacionalista, mais do que sugere ter havido mal uso de recursos públicos na aquisição do Alpha Crucis.  Ou seja, o jornalista deformou as informações para passar uma imagem de desídia da Universidade de São Paulo e do Instituto Oceanográfico, em particular.

Definitivamente, a matéria teve, como única consequência, um dano irreparável à pesquisa oceanográfica brasileira e à imagem da Universidade. Basta ler os comentários irados e irresponsáveis de dezenas de leitores.

Vivemos, na Universidade, um momento frágil, e é sabido de que há setores da sociedade a pregar o fim do ensino público e gratuito.  Sabemos, também, que há uma parcela considerável da sociedade que não tem como avaliar a importância das pesquisas oceanográficas e seus benefícios ao País.  O que não é admissível é que um órgão de imprensa abrigue, em seus quadros, um profissional que, para conseguir fazer uma matéria jornalística, transforme um procedimento administrativo em uma sugestão de mal uso de verbas públicas por parte da USP.

Neste momento delicado da Universidade, é necessária a defesa intransigente de seus aspectos positivos e afirmo categoricamente que o Alpha Crucis é um deles. Mais importante, porém, é defendê-la daqueles que visam, única e exclusivamente, ao seu fracasso.

Michel Michaelovitch de Mahiques, vice-diretor em exercício do Instituto Oceanográfico


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