
Projeto do pesquisador Gustavo Batista, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, foi um dos selecionados no Combating Zika and Future Threats Grand Challenge.
O desafio lançado pela Usaid, Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, investirá US$ 30 milhões em propostas inovadoras para solucionar a epidemia de zika e melhorar a prevenção, detecção e resposta a surtos semelhantes. Foram recebidas mais de 900 propostas de todo o mundo – a de Batista foi a única do Brasil contemplada entre as 21 vencedoras nesta primeira rodada.
A pesquisa receberá financiamento de US$ 500 mil pelos próximos dois anos. O professor do ICMC desenvolveu uma armadilha com sistema de captura que identifica a espécie e o sexo do mosquito pelo movimento das asas. “Quando o mosquito se movimenta, ele bate as asas em uma certa frequência e isso permite distinguir uma espécie de outra”, afirma Batista. O sistema captura apenas a espécie selecionada (no caso, o Aedes aegypti), contabiliza os mosquitos e envia as informações por Bluetooth para o celular do dono da casa por um aplicativo.

O objetivo principal é chamar a atenção para que os moradores, ao saberem da presença do mosquito, tomem medidas para fazer o controle dentro de casa, já que o sistema permite que se faça um comparativo da quantidade de mosquitos de cada espécie no ambiente ao longo do tempo. O aparelho será desenvolvido para a instalação em jardins.
Segundo o pesquisador, é esperado que entre um e dois anos, antes de terminar o período do financiamento, já exista um protótipo próximo de um produto que possa ser inserido no mercado.
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