O pró-reitor de Pesquisa da USP, José Eduardo Krieger, foi um dos quatro dirigentes de universidades públicas do País a participar de um debate no Senado, realizado no dia 8 de novembro, sobre a aplicação de recursos para o desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil no âmbito da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).
A comissão avalia a efetividade da aplicação dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel).
Na ocasião, o pró-reitor de Pesquisa da USP, José Eduardo Krieger, ressaltou que “há necessidade de um projeto nacional para a ciência e tecnologia, para a criação de ambiente de inovação e para a redução do custo Brasil na transformação de conhecimento em riqueza”.
Para Krieger, esse projeto tem de ser nos mesmos moldes do que foi realizado no final da década de 70 e 80 no Brasil para o desenvolvimento e incentivo da pós-graduação, o qual originou a criação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), por exemplo. “É preciso ter um projeto organizado, de longo prazo também para a pesquisa no País.”
O pró-reitor da USP comentou que não é bom para o desenvolvimento do Brasil ter a concentração da pesquisa em uma só região e instituição, já que metade das pesquisas é realizada em São Paulo, sendo 25% só na USP. E, durante sua exposição, também fez comparação sobre a criação de patentes pelas universidades e empresas no Brasil e em outros países.
Quarto debate
Essa audiência foi o quarto debate sobre o assunto no Senado, no qual a academia pôde relatar avanços e dificuldades na realização de pesquisas e na geração de conhecimento científico e tecnológico. Nos outros debates já falaram representantes de centros de pesquisa, de órgãos de fiscalização, de agências de desenvolvimento da indústria e das empresas. A próxima e última audiência será com os gestores do governo. Após o fim dos debates, a Comissão do Senado pretende apresentar um relatório sobre o assunto, ainda em 2016.
Além do pró-reitor de Pesquisa da USP, os outros participantes deste quarto debate foram: o reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rui Vicente Oppermann; o professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Antônio Queiroz; e o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal do Pará (UFPA), Rômulo Simões Angélica.
Os participantes ressaltaram a necessidade de aumentar os investimentos federais em pesquisa e de fazer parcerias entre governo, universidades, empresas e sociedade. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55/2016, que estabelece um teto para os gastos públicos por 20 anos e restringe o aumento das despesas federais à variação da inflação do ano anterior, também foi lembrada com a argumentação de que educação, ciência, tecnologia e inovação deveriam ser consideradas como exceções na PEC, visto que são investimentos. Além disso, eles reivindicaram a diminuição da burocracia para o depósito de patentes e para facilitar a compra de insumos para pesquisa.
Da Assessoria da USP, com informações da Agência Senado