.
Com o aumento do número de denúncias sobre violência doméstica em comunidades indígenas da região de São Gabriel da Cacheira, no Estado do Amazonas, um projeto coordenado pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP produziu uma cartilha para informar e reforçar as redes de apoio às mulheres. Com o nome Violência doméstica e violência sexual em tempos de pandemia. Redes de apoio e denúncias: você não está sozinha, a cartilha está disponível na internet.
O projeto Violência, Gênero e Mulheres Indígenas no Rio Negro é coordenado por José Miguel Nieto Olivar, professor da FSP, e funciona em colaboração com o Departamento de Mulheres Indígenas da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (DMIRN/FOIRN), o Instituto Socioambiental e o Observatório da Violência de Gênero no Amazonas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O trabalho realizado tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (Fapesp) e o objetivo é produzir conhecimento sobre a violência contra mulheres indígenas e, ao mesmo tempo, favorecer processos locais de formação e de fortalecimento de redes de cuidado.
A produção da cartilha foi motivada pelo aumento do número de denúncias no período de isolamento em função da pandemia do novo coronavírus. Ela foi pensada a partir da realidade do Rio Negro, em diálogo com mulheres indígenas locais, e apresenta de forma simples orientações sobre o que ocorre quando uma mulher, uma criança ou um adolescente informam uma violência sofrida e como podem ser apoiados nesse processo de denúncia. A ideia é reforçar o contato por redes que as mulheres têm em São Gabriel.
.
.
As mulheres do município também se mobilizam contra outros cenários críticos que se apresentam em relação à pandemia da covid-19. Com a campanha Rio Negro, Nós Cuidamos!, a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro está arrecadando e distribuindo alimentos e produtos de higiene para as famílias residentes no município e as comunidades indígenas.
Dessa forma, o grupo procura evitar que as pessoas transitem entre a cidade e as terras indígenas, prevenindo a circulação do vírus. Os interessados podem conhecer e doar para a iniciativa pelo site da FOIRN.
Para baixar a cartilha, clique aqui.
.
*Com informações da Agência Fapesp