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O podcast Estudos Medievais é uma iniciativa do Laboratório de Estudos Medievais (Leme) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, que tem o objetivo de trazer pesquisadores do Brasil e do exterior para abordar os temas relacionados à história da Idade Média. Os episódios são mensais e têm entrevistas, apresentações e bate-papos, e também oferecem recomendações de leitura a seus ouvintes.
Neste ano já foram ao ar seis episódios. O mais recente, Revisitando a História Pública (41º episódio), traz os professores Daniel Carvalho, da USP, e Rafael Verdasca, do cursinho Poliedro, para falar a respeito da história pública. Os convidados relatam as motivações para criar o seu podcast, o História Pirata, e a sua experiência após quatro anos de produção. Além disso, discutem o próprio conceito de “história pública”, abordando a história e suas variadas definições. Por fim, discorrem sobre a possibilidade de levar reflexões surgidas na universidade para a sala de aula. Clique no player para conferir:
Outros cinco episódios foram produzidos desde o início do ano:
Em, fevereiro, no 36º episódio, Arqueologia e Nacionalismo, José Francisco Fonseca, doutorando em História Social pela USP, discute as relações entre ambos os temas. O programa aborda as implicações que levaram ao surgimento simultâneo do nacionalismo europeu e da arqueologia científica no século 19, discutindo como o trabalho de historiadores e arqueólogos serviu para dar legitimidade às afirmações nacionalistas de uma origem longínqua, frequentemente medieval, dos Estados modernos. Por fim, mostra como a arqueologia, com dados distorcidos e falsificados, se tornou peça fundamental para confirmar as ideias racistas e expansionistas da ideologia nazista.
Práticas Funerárias foi o assunto do 37º episódio, que recebeu em março Marina Duarte Sanchez, doutoranda pela USP, para falar sobre as práticas funerárias das sociedades do período medieval. A pesquisadora apresenta as principais fontes disponíveis para o estudo das celebrações mortuárias, assim como debate os cuidados metodológicos necessários em suas análises. Ela discute a relação dos espaços fúnebres com seus contextos históricos e a variedade de informações que as fontes arqueológicas, textuais e iconográficas permitem inferir. Além disso, trata das discussões envolvendo o estudo das identidades e os vestígios arqueológicos.
No 38º episódio, A Peste Justiniana, que foi ao ar em abril, Gabriel Cordeiro, doutorando pela USP, fala sobre a primeira pandemia de peste, também conhecida como peste Justiniana. O pesquisador aborda questões biológicas da peste, incluindo sua forma de propagação, o agente patogênico e os sintomas associados à doença. Ele também explora os primeiros relatos da manifestação da doença, e discute as interpretações mais recentes dos historiadores sobre o impacto dessa pandemia na região do Mediterrâneo.
Em maio, foram dois episódios: Conhecimento Histórico e Suas Mídias (39º episódio) traz a professora Thais Fonseca, professora titular aposentada de História da Educação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que trata das formas de divulgação do conhecimento histórico através das mídias, discutindo as relações da história entre o espaço acadêmico e o espaço escolar e dos historiadores com a divulgação de seus trabalhos, além de abordar as diversas mídias utilizadas desde o século 20 para a divulgação histórica, apontando suas mudanças nas últimas décadas, e refletindo acerca do papel das mídias na produção do conhecimento histórico voltado para a educação.
O outro podcast de maio tem como tema A Violência na Idade Média (40º episódio), em que Leandro Duarte Rust, professor da Universidade de Brasília, discute como surgiu a imagem da Idade Média como época de brutalidade e de desordem. Ele explica como essa representação foi importante para as elites europeias em meio ao projeto de construção do Estado. O professor também aborda a contribuição que as ciências sociais tiveram para que os historiadores revissem as suas considerações sobre a violência medieval, além de partilhar as suas próprias experiências de pesquisa, tanto no caso das Cruzadas como no da representação da violência viking em fontes do Império Carolíngio.
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