Já podem ser vistos nos campi e nas unidades da USP os pôsteres e cartões da nova campanha do Escritório USP Mulheres, Isso tem que parar. Lançada nesta semana, a campanha é resultado de uma parceria entre o Escritório, as Pró-Reitorias de Graduação e de Pós-Graduação e alunos do curso de Publicidade e Propaganda da Escola de Comunicações e Artes (ECA).
“A ideia principal foi dar voz às mulheres como forma de mostrar que o Escritório USP Mulheres está presente na luta e quer estimular as denúncias. O slogan reforça o quanto estamos exaustas de sofrer com o machismo todos os dias. Nós sabemos que a mudança de comportamento não vai acontecer a partir de uma campanha, nem do dia para noite, mas o objetivo principal é trazer à tona as situações machistas que sofremos dentro e fora da Universidade”, explicou a aluna Julia Cardoso Lupinacci. Junto com outros colegas, Julia teve a iniciativa de dar continuidade à campanha Elas Sempre Podem, lançada em março deste ano.
Para desenvolver a ideia, os alunos contaram com a supervisão do professor da ECA Heliodoro Teixeira Bastos Filho, conhecido como Dorinho, responsável pela disciplina Arte Publicitária, que há 19 anos elabora a campanha da Semana de Recepção aos Calouros, em parceria com a Pró-Reitoria de Graduação. Dorinho explica que “novamente foi utilizado o conceito de all type (anúncio constituído apenas por um texto de conteúdo forte, que dispensa o reforço com imagens), a principal diferença é que desta vez foram incluídos depoimentos reais”.
Escritório USP Mulheres
Campanhas de conscientização como esta são uma das ações do Escritório USP Mulheres, iniciativa criada pela Universidade para integrar o movimento ElesPorElas [HeForShe], desenvolvido pela ONU Mulheres, instituição das Nações Unidas dedicada a projetos na área de igualdade de gêneros e empoderamento das mulheres. A USP foi uma das dez universidades mundiais escolhidas para fazer parte desse movimento, sendo a única universidade latino-americana selecionada.
“Infelizmente, quando existe um grupo que é machista, há uma contaminação e mesmo os homens que estão em desacordo com a violência ficam oprimidos. Por isso, nosso objetivo é incentivar uma mudança de comportamento. Quando há um caso de assédio no ônibus ou na sala de aula, por exemplo, é muito importante não só que a mulher denuncie, mas que as pessoas presentes – homens e mulheres – a apoiem”, destaca a diretora do Escritório USP Mulheres e professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Eva Alterman Blay.
Além da campanha, o Escritório tem desenvolvido uma série de ações para promover a igualdade de gêneros na Universidade. Entre essas ações, está o treinamento que deverá acontecer no ano que vem para sensibilizar e preparar os agentes da Guarda Universitária para atuar em situações em que uma pessoa tenha sido atacada ou esteja em situação de perigo. Outra ação importante é a Semana 8 de Março com Arte, que acontecerá em março, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.
Da Assessoria de Imprensa da USP