Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Circulares da Cidade Universitária transportam 28 mil passageiros por dia

As linhas de ônibus circulares que saem do Metrô Butantã e percorrem a Cidade Universitária completaram dez anos de operação

 29/04/2022 - Publicado há 3 anos     Atualizado: 04/05/2022 às 18:24

Erika Yamamoto

Uma verdadeira cidade dentro da capital paulista. Com uma área de 3,7 km2, mais que o dobro do tamanho do Parque do Ibirapuera, a Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira (Cuaso) abriga 20 das 42 Unidades de ensino da USP, além da Reitoria e Órgãos Centrais da Universidade, e, assim como a maior parte das cidades do País, enfrenta o desafio de melhorar o transporte coletivo.

Diariamente, o campus do Butantã é frequentado por cerca de 100 mil pessoas, sendo que boa parte desse contingente chega por meio do transporte público, especialmente pelo Metrô. Para atender a essa demanda de locomoção de docentes, alunos, funcionários e visitantes da USP foram criadas, em fevereiro de 2012, as duas primeiras linhas de circulares que partem da Estação Butantã do Metrô e passam por diversas Unidades da Cidade Universitária.

Para a comunidade uspiana, que representa cerca de 80% dos usuários das linhas, o pagamento integral da passagem é feito pela Universidade, por meio do Bilhete USP (Busp), para a SPTrans, empresa que gerencia o transporte por ônibus na capital paulista.

Atualmente, são 18 veículos que fazem o trajeto divididos em três linhas e funcionando todos os dias, 24h por dia, com intervalo de, no máximo, 10 minutos. Porém, apesar de ter capacidade para transportar 28 mil passageiros por dia, o sistema pode apresentar uma demora maior, especialmente nos horários de pico.

Para amenizar esse problema, em agosto do ano passado, a Prefeitura do Campus USP da Capital (PUSP-C) negociou a renovação do contrato com a SPTrans incluindo melhorias como a troca de quatro ônibus padron por veículos articulados, que têm maior capacidade de carregamento, e a exigência de que todos os veículos fossem equipados com ar condicionado.

Bilhete USP (Busp) subsidiado pela Universidade para a comunidade uspiana - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Horários de pico

Uma das causas dos problemas apresentados nos horários de pico é a diferença da capacidade de transporte do Metrô e dos ônibus. Em média, no período das 6h às 8h, mais de 2.700 pessoas desembarcam na Estação Butantã do Metrô por hora, e cerca de 80% desses passageiros tem como destino final a Cidade Universitária. O modal ônibus não consegue atingir a mesma capacidade de passageiros, causando filas e demora no embarque.

Melhorar a qualidade do serviço de transporte coletivo no campus é um dos desafios imediatos da PUSP-C, que está estudando junto com a SPTrans propostas para amenizar o problema e melhorar a qualidade do serviço prestado.

“O Metrô é o modal de transporte público de maior capacidade, por isso é um desafio encontrar alternativas e medidas para tornar o sistema de ônibus capaz de absorver a grande quantidade de passageiros nos horários de pico, diminuindo a demora e a formação de filas. Entretanto, o serviço prestado pela SPTrans pode e deve melhorar”, explica a prefeita do Campus da Capital, Raquel Rolnik.

Raquel Rolnik, professora da FAU - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Raquel Rolnik, prefeita do campus da USP na Capital - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Março de 2011

Inauguração da Estação Butantã do Metrô

Fevereiro de 2012

Inauguração das linhas 8012-10 e 8022-10

Maio de 2019

Inauguração da linha 8032-10

Fotos: Marcos Santos/USP Imagens

9

linhas de ônibus

atendem o campus além dos circulares

54

pontos de ônibus

50 mil

veículos

circulam pelo campus diariamente

60 km

de malha viária

Parceria com a SPTrans

Desde o começo do ano, foram realizadas reuniões entre as equipes técnicas da PUSP-C e da SPTrans para discutir possíveis soluções.

Entre as ações analisadas que poderiam melhorar a qualidade do serviço está o aumento da quantidade de berços no Terminal Butantã reservados para os circulares – atualmente, eles ocupam três berços do terminal. Isso permitiria que mais de um ônibus da mesma linha pudesse partir simultaneamente da Estação nos horários de maior demanda. Essa alteração só será possível com a inauguração do Terminal da Estação Vila Sonia do Metrô, prevista para maio, que abrigará linhas da EMTU que atualmente saem do Terminal Butantã.

Também serão realizados testes, em caráter experimental, com a eliminação de catracas nos ônibus para tornar o embarque mais ágil, permitindo a entrada de passageiros tanto pela frente quanto pela parte traseira do veículo. Nesse caso, o pagamento poderá ser realizado por validadores instalados em vários pontos, sob orientação e fiscalização dos cobradores.

Ciclovia na Cidade Universitária, no campus da USP na Capital - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Alternativas

Além das medidas para aumentar a capacidade dos Circulares, a PUSP-C também está trabalhando em iniciativas alternativas para contornar o problema. Uma das opções seria a definição de pequenas alterações nos horários de entrada e saída das aulas das Unidades, o que poderia reduzir a concentração nos horários de pico.

Outra iniciativa importante e complementar é o estímulo ao uso de bicicletas. Em janeiro, a PUSP-C inaugurou o sistema cicloviário da Cidade Universitária, composto por quase 30 km de ciclofaixas interligadas à malha cicloviária do município de São Paulo. A expectativa é que o novo sistema seja utilizado, diariamente, por 5 mil pessoas.

A Prefeitura do Campus também está implementando sinalização nos pontos de ônibus, com informações sobre as linhas, seus trajetos e horários de serviço, além da priorização da melhoria da iluminação em seu entorno.

“Esperamos que, com a implementação destas medidas, possamos propiciar mais conforto e eficiência para os usuários de ônibus. Afinal, transporte adequado é um direito”, ressalta Raquel.


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