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Para discutir o impacto da ciência e o papel dos cientistas na sociedade, cinco vencedores do Prêmio Nobel vão se reunir virtualmente com 80 estudantes de cerca de 20 países da América Latina e do Caribe. O evento, organizado pelo Nobel Prize Outreach, pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Rede Interamericana de Academias de Ciências (IANAS), será transmitido no dia 16 de novembro neste link, a partir das 13 horas (horário de Brasília).
No Diálogo Prêmio Nobel América Latina e Caribe, os laureados estarão divididos em cinco salas virtuais, onde debaterão com os estudantes questões como a responsabilidade dos cientistas e a construção de diálogos entre a ciência, os atores políticos e a sociedade. Eles também vão propor desafios científicos aos jovens e responderão a questões. O Brasil será o país com o maior número de representantes, 16 no total. Entre os selecionados está Pedro Henrique Teixeira Tavares que é aluno do Curso de Ciências Moleculares (CCM) da USP, e representante discente de turma. “É uma satisfação para o CCM poder contar com estudantes cujo engajamento na ciência e sociedade extrapolam a Universidade”, avalia Merari Ferrari, coordenadora do curso de Ciências Moleculares.
Pedro Henrique acredita ter sido selecionado por diversos fatores de sua trajetória. “Acredito que o principal motivo tenha sido que eu tento e, na medida do possível, tenho conseguido conciliar na minha vida cotidiana meus estudos e um bom desempenho acadêmico com minha atuação no movimento estudantil e nos movimentos sociais”, destaca o estudante que, entre outras atividades, também é coordenador do DCE Livre da USP e coordenador pedagógico do Cursinho Popular Elza Soares.

Ele estará na mesa redonda com Saul Perlmutter e vai buscar a perspectiva de um futuro pesquisador se formando no Brasil sobre o processo de construção e difusão da ciência. “O período que vivemos está muito marcado por diversos retrocessos dentro do ambiente da Universidade causados pelos governos Estadual e Federal, com cortes de verbas e promoção de desinformação a nível institucional, instaurando-se uma política pautada pelo obscurantismo em detrimento ao desenvolvimento e promoção da ciência, que é o que defendemos”, disse. “Vou estabelecer essa relação entre a atuação dos cientistas na defesa da ciência e no seu processo de difusão com a luta política que permeia tudo isso, levando em conta o contexto que vivemos hoje em nosso país”.
O encontro terá a presença da microbióloga francesa Emmanuelle Charpentier, vencedora do Nobel de Química em 2020 por criar, junto com a norte-americana Jennifer Doudna, uma ferramenta revolucionária capaz de editar a estrutura do DNA humano, que ficou conhecida pelo acrônimo CRISPR. Além de Charpentier, participarão do encontro a australiana Elizabeth Blackburn e a norueguesa May-Britt Moser, vencedoras do Nobel de Medicina em 2009 e 2014, respectivamente; o norte-americano Saul Perlmutter, Nobel de Física em 2011; e o holandês Bernard Feringa, Nobel de Química em 2016.
“Esse encontro é uma oportunidade fantástica para que os estudantes conheçam mais sobre o trabalho e também a vida dos vencedores do Prêmio Nobel. Para que eles saibam como esses cientistas chegaram até lá. Nosso foco é incentivar aspirantes a cientistas a continuarem no caminho da pesquisa científica, que se interessem por questões como a natureza humana e o universo e ajudem no desenvolvimento do Brasil e da América Latina em geral”, disse o presidente da ABC, Luiz Davidovich.
O programa será moderado pelo diretor científico da Nobel Prize Outreach, Adam Smith, e a professora de psicologia clínica integrativa e membro do comitê do Prêmio Nobel Juleen Zierath.
Unidos pela Ciência – Diálogo Prêmio Nobel América Latina e Caribe
Data: 16 de novembro
Horário: 13h – 16h (horário de Brasília)
Transmissão: Canal do YouTube Nobel Prize
Ou veja no player abaixo:
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Texto adaptado de Cecília Manzoni
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