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Utilizar a educação para promover mudanças sociais, essa é a proposta do Centro de Inclusão Social (CIS) da USP em São Carlos. Ele oferece cursos de inglês, física e informática para jovens que moram em regiões de vulnerabilidade social em São Carlos, atendendo, prioritariamente, aos que residem próximo ao campus 2 da Universidade.
O projeto é coordenado pelos professores José Marcos Alves e Carlos Goldenberg, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP. A inspiração para criar o CIS, segundo o professor Alves, veio do Projeto Pequeno Cidadão implementado no campus 1 da USP em São Carlos em parceria da empresa KPMG. Nessa ação, jovens de baixa renda frequentam a USP durante quatro anos, no período da manhã ou da tarde, para realizar atividades educacionais e esportivas.
Além disso, ele desejava criar um programa em consonância ao Projeto Aproxima-Ação, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão (PRCEU) da USP. O Centro de Inclusão Social começou a funcionar em agosto de 2015 com o apoio da Prefeitura do Campus da USP São Carlos (PUSP-SC) e unidades de ensino, em especial o Instituto de Física de São Carlos (IFSC) e o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC).
E foi a PRCEU que forneceu a a verba de R$ 5 mil para iniciar o primeiro curso: o de inglês. O método de ensino é baseado no Read In, um conceito de ensino que tem como finalidade aprimorar a habilidade de leitura em inglês. Já no segundo semestre de 2016, o CIS passou a oferecer duas atividades. A primeira é o curso A Física do Cotidiano na Construção da Cidadania, realizado em parceria com o IFSC, para que os jovens compreendam fenômenos físicos por meio do uso de equipamentos que fazem parte das disciplinas da graduação do instituto.
A outra atividade foi o curso Laboratório de Introdução à Informática para alunos do ensino fundamental, que visa ao ensino de conceitos básicos de informática, por meio de atividades teóricas e experimentais. Os três cursos são ministrados por estudantes de graduação da USP que recebem bolsas remuneradas dentro Programa Unificado de Bolsas de Estudo (PUB), da Pró-Reitoria de Graduação (PRG).
Ampliando o projeto
Os professores Alves e Goldenberg já elaborando novos cursos para incluir no projeto, como o de Matemática, o de Ética e o de Tecnologia da Informação (TI), e estão analisando a possibilidade de promoverem a inclusão digital entre adultos, além de um curso de “inglês de sobrevivência”, voltado ao ensino de conceitos básicos do inglês a servidores da USP que interagem com visitantes estrangeiros.
Hoje, as atividades do CIS são realizadas no Polo de Ensino a Distância no campus 2 da USP. Mas, em dezembro do ano passado, a Comissão de Planejamento Acadêmico do Campus USP São Carlos aprovou o uso pelo CIS de uma sala multiusuário localizada na Biblioteca da PUSP-SC, também no campus 2, onde, futuramente, um novo prédio poderá os projetos de inclusão social da Universidade.
“Essa ideia surgiu, porque o professor Francisco Antonio Rocco Lahr, da EESC, recebeu um prêmio em dinheiro e o destinou para a PUSP-SC, que decidiu investir o recurso na construção de uma sede para os projetos”, explica Alves.
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Espaços no campus
O Centro de Inclusão Social (CIS) ainda estimula que os participantes dos cursos utilizem os espaços do campus, como a biblioteca. Para Para Alves, esse contato é um modo de influenciá-los a se dedicarem aos estudos e eventualmente ingressarem nos cursos da Universidade, sendo uma alternativa para a USP se apresentar à comunidade em geral, enfatizando que a instituição não é uma “ilha”, mas sim um espaço aberto. “A extensão é o caminho mais fácil para mostrarmos à sociedade a importância da Universidade”.
Neste ano, o CIS recebeu a doação de 54 livros em inglês pela editora Pearson Education do Brasil S. A, que já em 2016 havia doado 29 dicionários que estão disponíveis no acervo da Biblioteca da PUSP-SC.
Rui Sintra e Thierry Santos/ Assessoria de Comunicação do IFSC