Poluição dos oceanos já chegou ao estômago dos peixes

“O Ambiente é o Meio” entrevista o professor Mário Balertta, da UFPE, sobre poluição dos oceanos

 02/08/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 16/02/2018 às 14:44
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O Ambiente é o Meio desta semana entrevista o professor Mário Barletta, do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que traz informações sobre a poluição dos oceanos.

Os oceanos são grandes extensões de água salgada e ocupam cerca de 70% da superfície do planeta Terra. O professor lembra que cada vez mais os oceanos estão sendo poluídos pelos resíduos de indústrias e plásticos que entopem e contaminam as águas. Por outro lado, acredita que se for dado um pouco de atenção e seriedade à questão será possível minimizar esses problemas.

Entre as principais ameaças, diz, está o microplástico, que tem início com o lançamento de lixo em sacos plásticos nos grandes centros do interior do continente. Ele cita como exemplo a cidade de São Paulo, onde o Rio Tietê é o primeiro a receber esse material, que depois vai para as regiões mais baixas como os estuários e regiões costeiras do Estado.

Nesse caminho, o plástico se acumula e perde a elasticidade com o efeito do sol e da salinidade e, assim, microplásticos são formados e medem menos que 5 milímetros. Segundo pesquisa realizada pela equipe de Barletta, essa ameaça foi encontrada no conteúdo estomacal de peixes.

Entretanto, explica, a maior preocupação está com a absorção de metais pesados, como o mercúrio, por bactérias e microalgas. “Esse material foi detectado em diferentes épocas e formas de contaminação em diversos momentos do desenvolvimento das espécies”, alerta.

De acordo com Barletta, a poluição no Brasil não é diferente daquela dos outros países da América do Sul e a solução é diagnosticar e sensibilizar a sociedade, políticos e a iniciativa privada.

Por: Giovanna Grepi


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