
O Saúde sem Complicações desta semana entrevista o professor Valdes Roberto Bollela da Divisão de Moléstias Infecciosas e Tropicais do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa de transmissão direta, de pessoa para pessoa. Os mais vulneráveis à doença são aquelas que possuem baixa imunidade. No Brasil, a tuberculose não foi erradicada e cerca de 80 mil casos são diagnosticados por por ano.
O paciente infectado ao falar, espirrar e tossir expele partículas com as bactérias no ar e outro indivíduo pode aspirar e se contaminar também. Por isso, a principal forma de contaminação acontece com pessoas que moram com o paciente ou que convivem com ele em ambientes fechados. De acordo com o professor Bolella, a partícula pode ficar suspensa no ar por horas.
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Tosse, febre, sudorese noturna, cansaço, fraqueza e perda de peso são alguns dos principais sintomas. A doença é silenciosa e por isso o infectado pode demorar de duas semanas até quatro meses para procurar ajuda médica. “Com a demora o risco de contaminação aumenta”, lembra o pesquisador.
Bolella afirma que a doença afeta com maior frequência o pulmão, porque a bactéria se desenvolve melhor com o oxigênio e é nesse órgão que acontece as trocas gasosas. “Mas, em raros casos, da doença pode atingir também os gânglios, ossos, fígado, rins, útero e pode levar a meningite por tuberculose, nesses órgãos não há transmissão”.
O tratamento é feito em casa, apenas casos especiais são realizados no hospital por causa do risco de contaminação. A medicação oral é realizada por seis meses, nos primeiros dois meses o paciente utiliza quatro tipos de remédios e nos últimos quatro somente com dois deles.
O professor Bollela alerta sobre a importância do uso correto dos remédios para a cura. Mas há um grupo de pessoas que não conseguem concluir o tratamento e as principais razões são socioeconômicas, falta de apoio e moradia, uso do álcool. “Esse é o principal desafio para a erradicação da doença, já que o infectado volta a contaminar outros indivíduos”, conclui.
Por Giovanna Grepi