A interação com robôs já é uma realidade em alguns momentos do cotidiano. Embora esse contato possa trazer estranheza e até preconceito para algumas pessoas, ele é bastante benéfico. É o que garante a docente do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, Roseli Romero. Ela é a entrevistada desta semana no USP Analisa, que vai falar sobre robótica social.
Segundo Roseli, a robótica social pode ser aplicada em diversos campos, desde a educação infantil até cuidados com a terceira idade, passando, inclusive, por áreas que trabalham com recepção de pessoas, como hotéis. “Os robôs sociais podem integrar reconhecimento de voz, face, objetos, entre outros. Ele pode analisar o comportamento do ser humano durante um período em um ambiente e propor alguma coisa. Por exemplo, se você está assistindo TV por horas, o robô pode pressupor que você queira tomar um café ou um copo de água e propor isso a você”, diz ela.
No grupo em que ela atua, em São Carlos, há uma série de pesquisas desenvolvidas na área de educação com o NAO, um robô humanoide. “A ideia é desenvolver um sistema em que os alunos possam não só complementar os conhecimentos de sala de aula, mas também para que o professor possa inserir seu próprio conteúdo, para que esses exercícios sejam realizados de forma mais voltada para o que ele está ensinando”, explica Roseli.
De acordo com ela, o robô estimula o aprendizado principalmente entre as crianças. “Muitos alunos têm aversão por fazer exercícios de matemática e por trabalhar próximo ao professor, ficam muito inibidos. Com o robô, pelo experimento que temos feito, a gente vê que eles se sentem mais à vontade. Trabalhamos com turmas em treinamentos com uma certa sequência e observamos que os alunos queriam estudar mais para ganhar do robô nas respostas. Eles se sentem desafiados, querem melhorar cada vez mais. Com isso eles vão aprendendo, que é o objetivo maior.”
Por: Thais Cardoso, Assessoria de Imprensa do IEA-RP