Plano estadual paulista de energia prevê até 2050 transição energética e política de carbono zero

Segundo o professor Dorel Ramos, a Escola Politécnica da USP possui participação ativa na coordenação e supervisão de pesquisas do plano

 17/07/2023 - Publicado há 1 ano

Da Redação

Arte: Joyce Tenório (estagiária)*

A ideia é minimizar a demanda com ações de eficiência energética tanto quanto possível - Foto: Reprodução/Governo do Estado de São Paulo

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O governo de São Paulo iniciou as discussões para o Plano Estadual de Energia 2050, a partir da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). O plano concentra-se em pesquisas sobre projeção de consumo de energia elétrica, eficiência energética, projeção de frota e consumo de energéticos no setor de transportes.

A Escola Politécnica da USP contribui ativamente na elaboração e coordenação dos 21 projetos conduzidos pelo plano. De acordo com o professor Dorel Ramos, do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas, a ideia não é simplesmente fazer a demanda energética e depois achar a oferta, mas minimizar a demanda com ações de eficiência energética tanto quanto possível. 

Plano Estadual de Energia de 2050

O professor explica que o plano ainda está em fase de divulgação em que há a coleta de diversas visões, sugestões e críticas daqueles que estão interessados, desde agentes acadêmicos até econômicos. Além disso, o papel da Poli se estabelece oferecendo suporte ao governo do Estado e cooperando com a expectativa de chegar a uma política próxima ao zero carbono. 

“Eu não posso deixar de iniciar dizendo que o plano tem sido muito desafiador. E ele tem sido enfrentado com muita dedicação e competência por toda a equipe executora que tem uma forte ligação com a USP através da Escola Politécnica”, ressalta Ramos.  Assim, em seu pico de atividade contou com mais de 30 especialistas para a realização dos trabalhos. 

Dorel Soares Ramos - Foto: academia.edu
Dorel Soares Ramos - Foto: academia.edu

Perfil energético renovável de São Paulo

O Estado de São Paulo apresenta grande potencial elétrico renovável (58,5%) em comparação com o Brasil (47,7%) e ainda mais com o mundo (14,15%). O professor esclarece que essa conquista deve-se ao fato de o potencial hidrelétrico ser altamente aproveitado, como é o caso dos rios Tietê e Paranapanema. 

Outros exemplos de energia renovável no Estado são a solar que, segundo Ramos, tem ganhado escala econômica, e a eólica. “Embora nós não tenhamos um potencial eólico para competir com o Nordeste, nós temos a disponibilidade e o plano está estudando a chamada eólica offshore, ou seja, colocada no mar e usando tecnologia de última geração”, aponta. 

Maior problemática

De acordo com Ramos, no ponto de vista da redução da emissão de gases o maior vilão de São Paulo é o setor de transportes. E o plano não deixa essa questão de fora, pensando em compensações do próprio sistema elétrico em prazos de no mínimo 20 anos, a partir dos carros elétricos. 

“Um ponto muito importante também é utilização, por exemplo, de combustíveis como o biometano e os combustíveis gasosos renováveis que são considerados verdes para a adaptação da frota”, discorre Ramos. Assim, o professor esclarece que não se trata de aderir a uma política de zero gás, mas utilizá-la em casos mais eficientes e tecnicamente justificáveis. 

Objetivos

Os planos anteriores desenvolvidos pelo governo de São Paulo, na opinião do professor, focaram no tema de forma clássica e sem um recorte na questão de uma transição energética e política de carbono zero. “Ou seja, agora para reduzir as emissões e quando se faz a projeção de demanda a gente considera com toda ênfase a questão da eficiência energética”, comenta. 

*Sob supervisão de Simone Gomes de Sá


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