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Pesquisa realizada nos Estados Unidos, envolvendo várias instituições de ensino superior, mostrou que as eleições definitivamente acirram os ânimos. O detalhe, porém, é que a temperatura aumenta ainda mais nas redes sociais e nas mídias digitais, evidenciando, no caso, “comportamentos grosseiros e desrespeitosos” por parte de seus usuários. Para chegar a tal constatação, a pesquisa englobou mais de um milhão de mensagens de deputados e senadores, nos EUA, durante 11 anos, e mediu inclusive o comportamento individual daqueles que foram pesquisados. “O registrado foi um aumento de quase 30% desse comportamento ofensivo, de baixo calão, desrespeitoso, que, na verdade, fere os pressupostos básicos da democracia”, comenta o professor Glauco Arbix, enfatizando ainda que esse tipo de comportamento incentiva ações semelhantes na sociedade, o que só contribui para insuflar o clima de violência política.

Além das variáveis já conhecidas a motivar esse tipo de comportamento (aumento da polarização política, enfraquecimento das normas regulatórias, influência da mídia etc.), a pesquisa mediu também o peso da tecnologia para explicar o fenômeno. Os resultados, de acordo com Arbix, foram surpreendentes. “O mesmo congressista, o mesmo deputado, o mesmo senador, ao longo do tempo, acaba se tornando mais agressivo, ainda que, muitas vezes, não seja essa a característica básica de seu mandato.” E há uma ligação muito intensa entre aquilo que ele publica e a reação de quem compartilha a mensagem, o que acaba por levar o parlamentar a elevar ou ampliar o tom daquilo que faz. “É como se gerasse um ciclo muito vicioso e extremamente negativo para a vida em sociedade”, constata o colunista.

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