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Operações como a Lava Jato são benéficas para a economia de um país, segundo o professor Luciano Nakabashi, que dedica sua coluna desta semana a justificar sua afirmação. Entre outros pontos, ele sublinha que o bom funcionamento da economia depende dos investimentos a serem feitos em capital físico, capital humano e inovação tecnológica, de modo a estimular o esforço do investidor. Ocorre, porém, que uma economia em que exista muita corrupção acaba premiando quem comete atividades ilícitas, como cobrando propina, por exemplo, para obter algum sucesso econômico e financeiro em vez de investir naquelas condições que de fato propiciem o crescimento econômico. Quanto mais corrupção existe, diz o colunista, menor é o retorno produtivo de quem investe, “porque uma parte vai justamente para pagar os funcionários públicos e outros agentes que estão envolvidos no processo”.

Dessa forma, na visão de Nakabashi, operações do tipo da Lava Jato acabam sendo importantes por inibir a corrupção em um país e estimular atividades produtivas, para fazer com que a economia funcione como de fato deve funcionar, “ou seja, premiando aquelas pessoas que fazem esforços produtivos”. Ele destaca, contudo, que tais operações, por atingirem políticos, funcionários públicos e pessoas que detêm grande poder político e econômico, acabam encontrando resistência daqueles que são investigados, que manobram para enfraquecer tais ações ou para reverter os seus resultados. Agindo dessa forma, têm a capacidade de convencer segmentos importantes da sociedade e colocá-los a seu favor.

Contudo, para Nakabashi, apesar de alguns erros que foram cometidos durante o processo de investigação e de julgamento da Operação Lava Jato e de toda reação contrária, “nada disso muda o fato de que, de fato, ocorreram muitos esquemas de corrupção nocivos para a população, beneficiando a classe política e uma parte da classe econômica associada a esses esquemas. Se a gente quer ter um progresso, não só econômico como social”, complementa ele, “é preciso que mais instrumentos sejam colocados para inibir esse tipo de prática e sejam apoiados pela população”.