Motivo para comemoração: 15 anos sem tabaco em ambiente fechado

A meta agora é proibir o cigarro eletrônico e vaporizadores para conter o tabagismo passivo, avalia João Paulo Lotufo

 12/08/2024 - Publicado há 7 meses
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“Estamos comemorando 15 anos da lei ambiente fechado livre do tabaco.” Assim João Paulo Lotufo dá início à sua coluna de hoje (12), a qual remete ao ano de 2009, quando se conseguiu, finalmente, tornar os ambientes fechados livres do tabaco. “Quem capitaneou esse trabalho foi a doutora Luizemir Lago, a quem estou homenageando no meu novo livro […] sabemos que, depois de 2009, diminuiu-se o enfarte e o derrame na cidade de São Paulo, porque sabemos que o tabagismo passivo eleva em 25% a chance de enfarte e derrame, ou seja, esposas não fumantes de maridos fumantes, ou vice-versa, têm 25% a mais de chance de terem enfarte e derrame.”

O tabagismo passivo ainda existe, lembra o colunista, “porque o cigarro eletrônico expele a nicotina, que vai para o pulmão e para o cérebro daqueles que estão no entorno; por isso, um projeto de lei nosso está sendo organizado com o delegado Olim, é um projeto para que a gente ponha nos cartazes de proibido fumar, além do cigarro habitual, o cigarro eletrônico, porque aquela fumaça tem substâncias nocivas e tem a nicotina, que vai atiçar o cérebro de outras pessoas em relação à dependência de drogas”.

Lotufo diz ainda que o Brasil só se tornou um ambiente fechado livre do tabaco em 2014. “O curioso é que São Paulo já era em 2009, mas a lei foi engavetada, na época, no Ministério da Saúde, onde não se regulamentou a lei no nível federal, então, enquanto não se regula regulamenta a lei, ela não vai para a frente; na verdade, só em 2014, quando trocou o ministro, é que em 30 dias a lei foi regulamentada e ficou vigente no Brasil. Nós éramos 30% de fumantes no País, hoje somos 9,8% mais ou menos, mas a indústria do cigarro eletrônico está recorrendo, fazendo o mesmo marketing malicioso, falando coisas inverídicas a respeito dele, como sendo algo menos prejudicial à saúde […] e o jovem é que está sendo mais lesado, porque ele é que está consumindo essa nova maneira de fumar.”


Dr. Bartô e os Doutores da Saúde
A coluna Dr. Bartô e os Doutores da Saúde, com o professor João Paulo Lotufo, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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