Um artigo, publicado em abril pela imprensa brasileira, chamou a atenção da professora Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP. O título dizia A ciência bate o martelo: beba menos, viva mais. O texto fazia referência a um estudo veiculado na revista Jama Network Open, intitulado Association between daily alcohol intake and risk of all-cause mortality: A systematic review and meta-analysis.
Trata-se de um estudo canadense que analisou dados de 4 milhões de pessoas, participantes de 107 estudos diferentes. O objetivo foi investigar a associação entre o uso de álcool e todas as causas de mortalidade associadas a esse hábito.
Mayana conta os resultados do estudo – que ela relata em sua coluna – e lembrou de uma pesquisa que o grupo dela fez, em 2005, tentando associar dependência ao álcool com fatores genéticos. “A nossa pesquisa mostrou que uma variante genética, ligada ao gene monoamine oxidase, aumentava o risco de alcoolismo, mas somente no sexo feminino.”
Ainda segundo a geneticista, a hipótese para explicar esse achado era a de que, na população brasileira, o hábito de beber em bares, pelo menos na época em que foi realizado o estudo, era mais comum no sexo masculino. “Portanto, as mulheres viciadas teriam um componente genético mais forte para serem dependentes de álcool.” E continua. “Para mim, foi uma surpresa ler o artigo [pela imprensa].“ As razões são explicadas na coluna de hoje.
Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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