“O que já havia sido previsto vem se materializando, com um aumento médio da temperatura da Terra, chegando-se à conclusão de que esse aumento está chegando antes do previsto”, diz Paulo Saldiva em seu comentário sobre o sexto relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas). As consequências são as de que os ciclos hidrogeológicos vão aumentar em sua intensidade e frequência, “provocando, de um lado, períodos de seca, alternadas com inundação”. Por outro lado, a elevação dos níveis dos mares comprometerá cidades costeiras, assim como a desertificação de algumas regiões afetará a produção de alimentos.
Não bastasse tudo isso, as inundações e o aumento da temperatura vão facilitar o surgimento de vetores de doenças infecciosas, como dengue, zika, malária ou febre amarela. Aliás, em se tratando de saúde, deve-se observar ainda que os extremos de temperatura farão com que algumas pessoas com doenças cardiovasculares e respiratórias tenham sua saúde ainda mais comprometida, com risco mesmo de morte.
Para o colunista, ainda há tempo de reverter esse cenário de caos, embora parte dessas alterações, admite, seja irreversível. “Se fizermos tudo certo, vão ser necessários mais de um século para que a gente reverta as condições anteriores que nossos antepassados deixaram.” Dada a ausência de governo, conclui Saldiva, cabe a cada um de nós tomar as medidas na sua área de influência, numa tentativa de minimizar, num esforço coletivo, aquilo que está se preconizando para as próximas décadas.
Saúde e Meio Ambiente
A coluna Saúde e Meio Ambiente, com o professor Paulo Saldiva, vai ao ar toda segunda-feira às 8h, quinzenalmente, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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