Curso será uma oportunidade crucial, destacando aspectos essenciais para o desenvolvimento sustentável e social do setor – Foto: Divulgação/Jornalistas Pretos
A Rede de Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está com inscrições abertas para o curso internacional “Diversidade, Inclusão e Novos Formatos no Jornalismo Pós-Cultura Digital”. Os interessados poderão se inscrever gratuitamente neste link. As aulas terão início em 8 de março deste 2024.As vagas são limitadas.
O time escalado pelos organizadores para ministrar as aulas terá o professor Dennis de Oliveira, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, a jornalista americana, executiva de mídia e empresária Sara Lomax-Reese, Rosane Borges e Steve Yongblood (Park University, EUA). O objetivo do curso é mostrar a importância de se evitar estereótipos e preconceitos no jornalismo para a construção de um mercado mais inclusivo e com oportunidades para todos;
“Iniciamos o ano da forma mais positiva possível, proporcionando conhecimento e informação de alta qualidade à população. Elevamos a discussão sobre a importância da excelência na produção de informações a um novo patamar e buscamos criar um ambiente de troca de aprendizado que tem alcançado êxito no mercado dos Estados Unidos e no Brasil”, destaca Marcelle Chagas, coordenadora geral e fundadora da Rede JP.
Dennis de Oliveira conta que o convite para ministrar aulas no curso surgiu pela articulação que ele mantém com a Rede de Jornalistas Pela Diversidade na Comunicação “Jornalistas Pretos”. “Uma ativista da Rede Antirracista Quilombação e que é minha orientanda de doutorado na EACH, a Eliane Almeida, e que também participa desta articulação entrou em contato comigo no final do ano passado e fez a primeira sondagem. Aceitei e formalizamos o convite agora no início do ano”, descreve o docente.
Importância para jornalistas pretos
Dennis acredita que uma das principais funções desse curso será permitir a reflexão de jornalistas pretos sobre o seu papel político como comunicadores atuando em instituições em boa parte controladas por elites aderentes a ordem colonial. “Importante entender quais são os limites e possibilidades de enfrentamento do racismo estrutural nos meios de comunicação de massa dentro desta estrutura, sem cair no fatalismo de que nada é possível fazer nem tampouco ser seduzido por um discurso de “diversidade” sem levar em conta as hierarquias socialmente e historicamente construídas”, descreve.
Com relação à presença negra nas mídias, de uma forma geral, o professor a considera inferior, em relação aos EUA. “Se compararmos com os americanos, por exemplo, em que a população negra lá é 15% e aqui mais de 50%, a presença negra nos meios de comunicação aqui é bem inferior em termos proporcionais, o que revela um certo atraso”, lamenta. “Mas graças a luta do movimento negro, este cenário vem lentamente se modificando”, afirma o docente da ECA.
Presencial e online
O curso , será desenvolvido em dois formatos: presencial, com aulas no auditório da Escola de Comunicação da UFRJ, às sextas-feiras. Já a versão remota será transmitida no canal oficial da instituição no YouTube do Pontão da Eco. Patrocinado pelo Consulado dos Estados Unidos, com a parceria da Cátedra de Comunicação da Unesco, Universidade Metodista e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, o curso se destaca por apresentar visões de especialistas com atuação nacional e internacional.
“Este curso está aberto a todos, não apenas aos profissionais de comunicação. Desenvolvemos e planejamos o cronograma para toda a sociedade, mas vamos priorizar as populações subrepresentadas entre os incritos, com o intuito de aprimorar a qualidade da informação digital. Para os jornalistas, essa oportunidade é crucial, destacando aspectos essenciais para o desenvolvimento sustentável e social do setor”, afirma Marcelle.
Durante o curso os especialistas convidados falarão sobre temas como importância de evitar estereótipos e preconceitos no jornalismo, os desafios do mercado da comunicação para profissionais pretos, além de comentar evolução do segmento e o que ainda é necessário ser feito para termos um mercado de comunicação que busque ampliar a representatividade, promover uma cobertura equilibrada de questões sociais e combater a desinformação, atendendo de maneira justa todos os seus integrantes.
Serão 36 horas de treinamento distribuídas em 18 aulas semanais, com duração de aproximadamente 2 horas cada. Com início no dia 8 de março de 2024, os encontros devem acontecer até julho. A previsão dos organizadores é que mais de 200 pessoas participem.
O curso tem a coordenação das professoras Marcelle Chagas (UFF), Ivana Bentes (ECO/UFRJ) e Sara Lomax Reese (URL Media), rede descentralizada e multiplataforma que inclui organizações de notícias de destaque de comunidades negras e pardas nos Estados Unidos.
Sobre a Rede JP
A Rede de Jornalistas Pretos Pela Diversidade na Comunicação, fundada em 2018, é uma organização não governamental que tem como propósito reforçar a importância da participação de jornalistas negros no mercado da comunicação no Brasil e no mundo. O objetivo da rede e de seus colaboradores é causar um impacto positivo na sociedade civil e contribuir para a construção de uma comunicação mais inclusiva e justa.
Saiba mais informações da Rede JP e conheça os projetos da organização em https://redejpcomunicacao.org/.
Com informações: Imprensa Rede JP