Um relatório produzido pela Elsevier, empresa de análise de informações e de pesquisa, constatou que a USP é a terceira universidade no mundo que mais publica artigos sobre biodiversidade. O relatório intitulado Pesquisa em Biodiversidade na Holanda e em todo o mundo compara o escopo e o impacto da pesquisa em biodiversidade na Holanda e em outros países do mundo, abrangendo o cenário acadêmico, a colaboração com a indústria, como a política internacional é moldada, além de analisar o financiamento holandês para pesquisa em biodiversidade.
Com 1.882 publicações indexadas nos últimos cinco anos, a USP fica atrás da Universidade Academia Chinesa de Ciências e da Universidade de Montpellier.
A pesquisa da biodiversidade é o estudo da vida na Terra em todos os níveis, desde os genes até ecossistemas inteiros compostos de plantas, animais, humanos e outros organismos. Para a elaboração do relatório, foi utilizada a base Scopus, o maior banco de dados mundial de literatura revisada por pares, que indexa conteúdo de mais de 25 mil periódicos acadêmicos e 7 mil editores.
“O declínio da biodiversidade é um dos maiores desafios que enfrentamos em escala global, então, nós da Elsevier, decidimos contribuir para mapear a pesquisa da biodiversidade globalmente e com um mergulho profundo na Holanda, país onde a Elsevier está sediada. Queríamos ver quais nações e quais organizações científicas mais contribuíram para a pesquisa da biodiversidade”, explica o vice-presidente sênior de redes de pesquisa da Elsevier, Michiel Kolman.
“Se a biodiversidade diminuir ainda mais, a qualidade de vida na Terra também diminuirá. Esperamos que este relatório seja útil para todas as partes interessadas – de legisladores a pesquisadores e o público – ao abordarmos coletivamente essa importante questão. É muito encorajador ver tanto o alto volume quanto a qualidade da pesquisa sobre esse tópico, tanto aqui na Holanda quanto em todo o mundo”, afirma Kolman.
USP no top 3
Um dos principais resultados do estudo diz respeito ao aumento de 10% da pesquisa acadêmica sobre biodiversidade nos últimos cinco anos. O relatório identificou que há uma forte colaboração internacional neste tópico, com pesquisadores holandeses colaborando com autores fora da Holanda em 83% dos artigos de pesquisa, enquanto a média global é de 37% para artigos sobre biodiversidade. Durante a última década, os países europeus publicaram mais pesquisas sobre biodiversidade, com 41% dos autores baseados na Europa, seguidos pelos EUA (21%) e China (16%).
De acordo com o documento, países como Brasil, México e África do Sul publicam substancialmente mais sobre biodiversidade do que sua contribuição geral para a pesquisa global, enquanto países como Rússia, Índia, China e Japão publicam relativamente menos.
Universidades mais produtivas | Produção científica |
---|---|
Universidade Academia Chinesa de Ciências | 2.937 |
Universidade de Montpellier | 1.945 |
Universidade de São Paulo (USP) | 1.882 |
Universidade PSL | 1.846 |
Instituto Smithsonian | 1.555 |
Universidade Nacional Autônoma do México | 1.531 |
Universidade Sorbonne | 1.477 |
Universidade de Queensland | 1.366 |
Wageningen Universidade & Pesquisa | 1.366 |
Universidade Jana Friedrich Schiller | 1.329 |
“Quando olhamos para os países, vemos que alguns deles realmente se destacam, pois contribuem mais para a pesquisa sobre biodiversidade do que o esperado de sua contribuição geral para a literatura de pesquisa. Brasil, México e África do Sul contribuem com cerca de 2% de todas as suas publicações sobre biodiversidade, o que é três vezes maior que a média global. É claro que esses países também contribuem imensamente para a biodiversidade, observando a variedade de espécies em seus ecossistemas”, avalia o representante da Elsevier.
O relatório revela, também, que pesquisadores e brasileiros trabalham juntos em uma variedade de tópicos relacionados com a ecologia e conservação de florestas tropicais amazônicas, incluindo
impactos do desmatamento e mudanças climáticas, ecologia dos peixes e outras espécies aquáticas e uso de sensoriamento remoto e outras tecnologias de monitoramento de ecossistemas florestais.
Para ele, ao analisar as universidades mais prolíficas do mundo em termos de biodiversidade, “a USP está no top 3, o que é um feito impressionante. Tenho certeza de que a USP contribui significativamente para o forte histórico do Brasil em pesquisa em biodiversidade”.
O relatório da Elsevier foi lançado no dia 22 de maio, data que marca o Dia Internacional da Diversidade Biológica, e está disponível neste link para download.