Seminário discute indicadores para a gestão acadêmica

No dia 11 de novembro, a Pró-Reitoria de Graduação da USP promoveu o IV Seminário SIGA, com o tema “Processos de Gestão Acadêmica e os Indicadores de Graduação”. O evento reuniu presidentes das Comissões de Graduação, representantes do Ciagri e membros da Câmara de Avaliação.

 25/11/2011 - Publicado há 13 anos
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No dia 11 de novembro, a Pró-Reitoria de Graduação promoveu o 4º Seminário Siga, com o tema “Processos de Gestão Acadêmica e os Indicadores de Graduação”. O evento reuniu presidentes das Comissões de Graduação, representantes do Ciagri e membros da Câmara de Avaliação. Além de palestras sobre o tema, também foram organizados grupos de trabalho para a discussão dos aspectos técnicos do Sistema.

O evento reuniu presidentes das Comissões de Graduação, representantes do Ciagri e membros da Câmara de Avaliação

A necessidade de se criar indicadores que possibilitem a avaliação do desempenho das várias atividades desenvolvidas pela Universidade tem sido um tema cada vez mais frequente. Nesse contexto, o Sistema Integrado de Indicadores de Graduação (Siga) é um importante instrumento de acompanhamento, qualificação e avaliação do trabalho realizado nesta área.

Criado em 2009, o Sistema Integrado de Indicadores da Graduação (Siga) é um espaço virtual desenvolvido pela Câmara de Avaliação, da Pró-Reitoria de Graduação, com o objetivo de coletar informações e disponibilizar indicadores atualizados sobre os cursos de graduação. O Siga permite que estudantes, professores e gestores alimentem o sistema com opiniões sobre os cursos, sobre a estrutura física da Unidade e sobre a qualidade do material didático e das aulas ministradas. O sistema também possibilita a visualização dos resultados, gerando relatórios, gráficos, tabelas e desenvolvendo análises e simulações.

Para que o Siga atinja seu propósito, é necessária a colaboração de alunos, docentes e gestores no fornecimento de informações. É nesse ponto, segundo a pró-reitora de Graduação, Telma Maria Tenório Zorn, que o sistema encontra sua principal dificuldade: a baixa adesão da comunidade uspiana. Nesse sentido, o principal objetivo do Seminário foi discutir a importância da implantação de processos de avaliação e incentivar os membros das Comissões de Graduação a vencer a resistência inicial dos colegas e criar uma cultura de avaliação dentro da graduação.

“Processos de avaliação desse tipo tornam nosso trabalho mais transparente. Não há como se fazer uma boa gestão sem os processos de avaliação. Essa avaliação deve ser ajustada ao ambiente, levando em conta dificuldades como o tamanho da nossa Universidade, a variedade das áreas de conhecimento e o padrão de qualidade e responsabilidade exigido pela USP”, afirmou a pró-reitora.

Por causa dessas especificidades, o Centro de Informática do Campus “Luiz de Queiroz” (Ciagri) desenvolveu telas e módulos para o sistema e colocou à disposição das Unidades, que têm autonomia para desenvolver seus questionários de avaliação, de acordo com seu perfil e suas necessidades.

Além disso, como afirma o diretor do Ciagri, Luiz Carlos Estraviz Rodriguez, “também estamos desenvolvendo um núcleo que será alimentado diretamente pelos alunos por meio do Sistema Júpiter. Esse núcleo poderá ser adaptado e incorporado pelas Unidades que já fazem a avaliação de suas disciplinas e seus docentes”. Outro módulo aguardado é o de alunos egressos, que fornecerá informações sobre a qualidade da formação profissional oferecida pela USP, sua adequação ao mercado e aspectos que poderiam ser melhorados.

Dois processos de avaliação de disciplinas e docentes

Entre as Unidades que já têm um processo de avaliação de disciplinas e docentes, o da Escola Politécnica (EP) é um dos mais consolidados. Implantada em 2004, inicialmente na Engenharia Química, a avaliação foi rapidamente adotada em toda a Escola. “No início, o processo enfrentou muito preconceito, inclusive dos alunos. Agora, após vários anos de insistência, criamos uma cultura em que as pessoas percebem que a avaliação é necessária para melhorar a qualidade dos cursos”, disse o professor do Departamento de Química e coordenador do processo, André Gonçalves Antunha.

Dois representantes de classe são eleitos para aplicar a avaliação e discutir com a sala os aspectos mais relevantes. Com base nessas respostas, elabora-se um relatório, que é entregue aos docentes. Por último, é realizada uma reunião entre o professor avaliado e os representantes de sala para que, juntos, procurem maneiras de aprimorar o processo. De acordo com Antunha, “a participação dos alunos é essencial: se falha a questão do representante de sala, falha todo o processo”.

A Escola de Comunicações e Artes (ECA) também está implantando um processo de avaliação, semelhante ao da EP. Ainda em fase piloto, o processo da ECA foi implantado em cinco cursos. “Nesses três semestres de avaliação, pudemos perceber que é alta a participação discente  e a adesão teórica dos docentes, mas é baixa a participação real, ou seja, teoricamente os docentes aprovam a iniciativa, mas na hora de participarem, sempre há uma desculpa para não se comprometer”, avaliou o coordenador do projeto e  professor do Departamento de Publicidade, Arlindo Ornelas Figueira Neto.

“O objetivo da Consulta Discente sobre o Ensino (CDE) da ECA não é controlar o andamento das aulas, ranquear docentes ou punir os mal avaliados. Pretendemos estimular discussões sobre a qualidade do ensino oferecido em cada disciplina e sobre eventuais dificuldades nas interconexões dos conteúdos da estrutura curricular”, acrescentou.

(Fotos: Ernani Coimbra)


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