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Museus da USP levam conteúdos de seus acervos para diversas cidades em exposição interativa inédita e itinerante
Mostra passa por sete municípios e usa tecnologias imersivas para replicar ambientes e peças
Fotomontagem Jornal da USP - Fotos: USP Imagens
Dando continuidade aos eventos comemorativos pelos seus 90 anos, a USP inicia nessa sexta, dia 12 de abril, a itinerância da exposição inédita e gratuita USP 90 anos: uma jornada imersiva pelos nossos Museus, que percorre todos os municípios onde há campi da Universidade: Ribeirão Preto, Pirassununga, Bauru, São Carlos, Piracicaba, Lorena e São Paulo. A abertura acontece às 16h no espaço do polo Ribeirão Preto do Instituto de Estudos Avançados e a exposição fica em cartaz na cidade até o dia 10 de maio.
A mostra apresenta uma experiência imersiva e digital que promove o encontro e a descoberta dos museus estatutários da Universidade, detentores dos maiores e mais relevantes acervos do Brasil: Museu de Arte Contemporânea (MAC), Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), Museu de Zoologia (MZ) e o Museu do Ipiranga, que faz parte do Museu Paulista (MP). Com seções exclusivas, os quatro diferentes acervos estarão reunidos no mesmo espaço por meio da intersecção entre recursos de realidade virtual e peças físicas selecionadas, criando para o público uma oportunidade de contemplar em um só trajeto a diversidade de conhecimento produzido e preservado por estes museus da USP. Todas as simulações e criações virtuais foram feitas na própria Universidade, pela equipe do Centro de Inovação da USP (InovaUSP).
“A proposta dessa exposição parte do desejo da Universidade de maior aproximação com o público. Em relação aos Museus, nossos acervos estão entre os maiores e mais importantes do mundo, com conteúdos incríveis e um trabalho de pesquisa e conservação bastante qualificado. Assim, a curadoria da mostra selecionou recortes representativos em uma concepção que leva o público para uma imersão nesse universo.
A ideia não é simplesmente levar os Museus até as cidades do interior, até porque isso seria impossível, mas sim passar ao público um pouco dessa dimensão e revelar todo este trabalho, convidando as pessoas para que façam uma visita aos Museus sempre que tiverem essa oportunidade”, explica o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior.
O percurso se inicia com 4M, filme documentário imersivo em formato de videoinstalação do artista e videomaker Tadeu Jungle. O acervo do MAC apresenta Boccioni no Brasil, tendo como destaque uma réplica da célebre obra Formas Únicas da Continuidade no Espaço, além da mostra Tempos Fraturados. O recorte do MAE para a exposição investiga a ocupação passada e presente dos povos indígenas na cidade de São Paulo e traz artefatos junto a uma projeção tridimensional do sítio arqueológico Abrigo Itapeva. O MZ trata do processo evolutivo animal e apresenta uma compilação de fósseis, além de mostrar exemplares impressionantes de dinossauros, inclusive um descoberto pela equipe do Museu. Já o enfoque do MP se volta para a diversidade da sociedade paulista por meio de retratos históricos e coleções de porcelanas, além de levar o visitante a conhecer parte das salas expositivas do Museu do Ipiranga e a célebre obra Independência ou Morte!
A nova mostra receberá visitas espontâneas autoguiadas e também contará com monitores e programa educativo para receber grupos e escolas das cidades onde será exposta. Além da exposição, a ação prevê a realização de seminários e atividades dentro dos campi que serão visitados.
O coordenador da exposição, Hussam El Dine Zaher, que também é pró-reitor adjunto de Cultura e Extensão Universitária, comenta como essa iniciativa tem um papel de divulgar uma amostra representativa de espaços que podem ser visitados para uma vivência ainda mais profunda: “Diferente de muitas experiências imersivas, em que a realidade virtual leva o público para lugares e tempos distantes — difíceis ou impossíveis de acessar —, USP 90 anos: uma jornada imersiva pelos nossos Museus traz até o público Museus dos quais ele está a apenas alguns quilômetros de distância, como em um chamado para sua visitação e para o entendimento de seu papel enquanto espaços públicos e objetos de produção e formação acadêmica”.
Zaher destaca ainda o envolvimento dos quatro Museus e do InovaUSP no trabalho de produção: “Todos os diretores, curadores e equipes tiveram uma dedicação imensa ao longo de vários meses planejando e construindo essa exposição. É um trabalho de muitas mãos e olhares e, por isso, tão rico”, afirma, lembrando ainda o papel das prefeituras dos campi universitários, comissões de Cultura e Extensão (CCEx) das Unidades e docentes envolvidos no programa educativo.
Já a vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda, que idealizou e propôs a realização desta ação para comemorar os 90 anos da Universidade, destaca a dimensão da presença da USP: “Ao mesmo tempo em que contamos com museus que possuem acervos absolutamente notáveis, alguns entre os maiores do mundo, temos, em cada um dos nossos campi, uma verdadeira cidade universitária. Por isso, a concepção desse projeto parte de um compromisso da gestão de atuar e pensar em um contexto de USP integrada. Pensamos neste projeto de uma forma que os campi da USP situados no interior pudessem ter um contato mais próximo com obras fundamentais e a solução tecnológica supriu a complexidade e o custo de transportar as obras de valor, às vezes, inestimável”, explica.