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FEA-USP tem na sua história ações concretas de diversidade e inclusão – Arte: Jornal da USP
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da USP traz em sua história ações incentivadoras de diversidade e inclusão
A unidade de ensino que teve, nos anos 1950, a sua primeira diretora, professora Alice Canabrava, é atualmente dirigida por duas docentes e vem se abrindo cada vez mais à diversidade e inclusão
Nesses tempos em que a USP vem praticando e incentivando atividades que promovam a diversidade e a inclusão, a Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP demonstra sua plena disposição em aderir às mudanças sociais da nossa sociedade. “Isso não é de agora e as iniciativas não são poucas”, como destaca a atual diretora da FEA-USP, professora Maria Dolores Montoya Diaz. “Não é de hoje que nossa unidade busca por ações que atendam às diversidades.”
Ela lembra, orgulhosa, que no ano de 1954 a FEA teve a sua primeira diretora. “Foi quando a professora Alice Canabrava assumiu seu mandato dirigindo nossa faculdade”, destaca Maria Dolores. Ela reforça que, “aqui na FEA a diversidade sempre foi incentivada e praticada”. A professora, que é do Departamento de Economia da FEA, traz um histórico de boa parte de sua vida dedicada à unidade. Afinal, desde os seus 18 anos, quando estudante, até agora, enquanto diretora, desde o mês de junho deste 2022.
Maria Dolores é a terceira diretora da FEA, que foi fundada há 76 anos. Antes dela já passaram pelo cargo as professoras Maria Alice Piffer Canabrava (1954-1957) e Maria Tereza Leme Fleury (2002-2006). “Neste nosso mandato há uma diferença: a nossa diretoria é formada, exclusivamente, por mulheres. Minha vice-diretora é a professora Maria Sylvia Macchione Saes, do Departamento de Administração”, conta Maria Dolores. O mandato será exercido no período de 2022 a 2026. “É a primeira vez na história da FEA que a unidade será dirigida por duas professoras”, destaca a diretora.
A trajetória de Maria Dolores na FEA teve início em 1997, quando ela ingressou como docente vinculada ao projeto de criação da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, a FEA-RP. “Fiquei lá até o ano de 2011, quando retornei à FEA da capital”, conta a diretora.
Maria Dolores Montoya Diaz – Foto: Cecília Bastos
Diversidade histórica
Ao destacar o papel inclusivo e relembrando a primeira diretora da FEA, no ano de 1954, a professora Alice Canabrava, Maria Dolores cita as palavras da primeira diretora da unidade, que constam no livro comemorativo dos 75 anos da FEA USP:
“Sou muito grata à Faculdade de Economia e Administração (a nova denominação com a reforma de 1970), na qual jamais encontrei a menor restrição , tanto eu como outras colegas, seja em trabalho de docência como de pesquisa, e em funções administrativas…”
Para Maria Dolores, estas palavras da primeira mulher a ser diretora da unidade demonstram a vocação da FEA à diversidade e à inclusão. “Mesmo antes da atual gestão da Reitoria, a nossa unidade já apoiava tais medidas”, afirma. Dentre outras medidas, ela lembra que participou da aprovação da Comissão de Qualidade de Vida (CQV) criada logo após a posse do professor Fábio Frezatti, em julho de 2018. A ideia principal era fazer uma comissão de prevenção e combate ao assédio moral e também no cuidado com a saúde mental na FEA. Outra atuação destacada por Maria Dolores é a Associação dos Amigos da FEA (Amefea). “Trata-se de uma conexão com pais de alunos que ajudam outros estudantes desde o seu ingresso em nossa unidade”, descreve a diretora. O objetivo principal da Amefea é apoiar e acolher alunos em vulnerabilidade socioeconômica para que possam aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas pela FEA, colaborando para sua adaptação à vida universitária e viabilizando sua permanência na Universidade.
Abrindo portas
Para que as ações de diversidade e inclusão sejam muito bem direcionadas e executadas, segundo Maria Dolores, é essencial que as necessidades dos alunos sejam reconhecidas. “Por esse e outros motivos procuramos ‘abrir portas’ para conhecer as reais dificuldades e atingir os caminhos corretos para conhecermos, de fato, os problemas. Precisamos entender melhor a amplitude das ações e das políticas necessárias”, descreve.
A professora destaca, por exemplo, as mudanças por que passa a própria Universidade. “Entrei com meus 18 anos na USP, na FEA, e aqui estou até agora”, revela a professora, destacando, por exemplo, a atuação do grupo Associação dos Negros Feanos. “Vejo a atuação como extremamente positiva. A FEA está mudando. Uma FEA que sempre foi ‘branca’ está se abrindo aos alunos e docentes negros”, comemora a professora.
Um rapper na FEA-USP
Em setembro deste 2022, a FEA-USP recebeu o rapper Rincon Sapiência que, juntamente com a historiadora Laíza Oliveira, doutoranda da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, participou de um debate sobre Discriminação e música negra.
Rincon Sapiência falou sobre segregação racial no mundo da música em evento promovido pelo Cursinho da FEA – Foto: Marcos Santos
O evento foi promovido pelo Cursinho da FEA e reuniu uma plateia jovem e diversa que acompanhou atentamente o bate-papo, sobre a segregação racial na construção da música brasileira. O encontro teve o objetivo de arrecadar fundos para arcar com os custos das taxas de inscrição na Fuvest dos alunos do cursinho que tiveram seus pedidos de isenção negados.
Depois das apresentações formais, a descontração ainda prevaleceu, mas os olhos já estavam mais atentos e observadores. Logo aquele silêncio “formal” foi quebrado por Rincon Sapiência: “Estou feliz de estar aqui com vocês”. Daquele momento em diante, todos ouviram atentamente as respostas do rapper a questões formuladas por três alunos da comissão organizadora do evento, e os comentários de Laíza.
Veja a seguir alguns grupos que atuam na FEA-USP em prol da diversidade e inclusão
Centro Acadêmico foi criado no ano de fundação da FEA
CAVC estimula integração dos estudantes
Com o objetivo de representar todos os alunos e defender seus interesses, dentro e fora da Universidade, o Centro Acadêmico Visconde de Cairu foi criado três meses após a fundação da FEA, há 76 anos. Além de debates acadêmicos e políticos, o CAVC também auxilia grupos de estudos, a publicação de artigos e organiza eventos para estimular a integração dos estudantes. “É onde nós buscamos novas formas políticas de permanência, por uma FEA mais inclusiva, com espaços de autonomia estudantil”, conta Giulia Castro, estudante de Ciências Atuariais na FEA e presidente do CAVC.
Integrantes do Centro Acadêmico Visconde de Cairu Grupo CAVC – Foto: CAVC FEA
O Centro Acadêmico está ligado a uma série de iniciativas na FEA, como os “aulões”, com alunos e docentes da faculdade para auxiliar outros estudantes em assuntos gerais e específicos. O grupo também é responsável pelo CAVC Idiomas, ensinando várias línguas com qualidade e preços acessíveis.
O CAVC organiza as festas da FEA, com o máximo de cuidado para a integração dos alunos, com lotes sociais para toda a Universidade. “É muito importante que todos se sintam incluídos e possam participar”, conta Giulia. Além disso, o Centro Acadêmico faz a gestão da vivência da FEA. “Foi uma grande conquista para nós, porque é um espaço onde os alunos podem ter autonomia, descansar, jogar, conversar… enfim, eleva nossa experiência universitária”, complementa ela.
Giulia Castro – Foto: Arquivo pessoal
O Centro Acadêmico da FEA também é responsável pela Visconde, uma revista produzida pelos alunos da faculdade, com assuntos que abrangem desde o cenário mundial até o contexto da USP. “É onde os estudantes podem se expressar artisticamente, com um exemplar físico para guardar para as gerações futuras”, afirma Giulia.
Na pauta, gênero, raça e sexualidade
Grupo GENERAS foi idealizado por alunos docentes
Há pouco tempo, a USP poderia ser chamada de tradicional e conservadora. Porém, o GENERAS, núcleo de Pesquisa e Extensão em Gênero, Raça e Sexualidade da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP mostra que a Universidade não se enquadra mais nesses adjetivos. “O núcleo nasce com a ideia de trazer pautas de gênero, raça e sexualidade, vindas de um ambiente de negócios, para dentro da faculdade porque, até então, isso não estava posto na FEA”, explica Silvia Casa Nova, cofundadora do GENERAS e professora de Contabilidade na USP.
Ana Rodrigues – Foto: Arquivo pessoal
O grupo foi idealizado por alunos da graduação e pós-graduação, junto a docentes da FEA, com o objetivo de incentivar discussões e reflexões sobre diversidade, por meio de projetos de pesquisa, ensino e extensão para o empoderamento social e econômico da sociedade. “É para que as pessoas que estão agora na Universidade possam ter um pouquinho mais de conforto, em falar sobre elas e ser elas mesmas”, diz Ana Rodrigues, coordenadora do GENERAS.
Silvia Casa Nova – Foto: Arquivo pessoal
Uma grande escolha
Dentro do GENERAS, há o projeto Poder de Escolha, que junta estudantes da FEA, bolsistas e voluntárias, a empreendedoras periféricas de São Paulo. As alunas da FEA passam por um processo complementar à formação acadêmica sobre questões de gênero e raça, empreendedorismo periférico, comunicação não violenta e economia solidária, tornando-se formadoras. Em seguida, transmitem seu conhecimento às empreendedoras, que desenvolvem seus negócios com as consultorias fornecidas.
Mais mulheres na Economia
EconomistAs estimula participação feminina na academia
Outro grupo que atua para trazer diversidade à FEA é o EconomistAs. Coordenado pelas docentes Fabiana Rocha e Paula Pereda, ambas do Departamento de Economia, o objetivo do grupo é atuar desenvolvendo pesquisas sobre a participação de mulheres na carreira acadêmica em Economia. Sendo o curso com o menor porcentual de estudantes e docentes mulheres da faculdade, os participantes atuam para enxergar que é possível seguir carreira acadêmica, embora o fato de ser mulher exiga mais esforços para provar essa capacidade.
Paula Pereda – Foto: Arquivo pessoal
São muitos os fatores que levam para que o gênero não se interesse pela docência. Como conta a professora Fabiana, “pode ser uma questão de preferência, ou um ambiente masculino e hostil, no qual não se identificam nem com os colegas nem com os professores e o próprio mercado de trabalho privado, que não é amigável.” Por isso, a necessidade de mulheres como a professora Maria Dolores, atual diretora da FEA, para que possa inspirar essas estudantes. Ela também atua no grupo, assim como a docente Solange Gonçalves.
Fabiana Rocha – Foto: Arquivo pessoal
“Ter uma mulher na direção da faculdade nos mostra que existem mulheres competentes na nossa área e, para as mais jovens, que é possível a carreira acadêmica como uma possibilidade de realização profissional. Elas enxergam que não estão sozinhas”, diz Fabiana Rocha.
Restrito a estudantes de graduação e pós-graduação em Economia, o grupo reforça o quanto a Economia é uma ciência social aplicada e, portanto, necessita de debate para que possa se desenvolver. Sendo também responsável pelo Comitê de Diversidade e Inclusão da FEA, Paula ressalta o quanto o grupo atua em diversas frentes, como programa de mentoria, uma série de podcasts, a fim de “tornar a vida das nossas alunas melhor do que foi a nossa vida acadêmica.”
Negros Feanos
Grupo nasceu a partir do Coletivo Carolina Maria de Jesus
A Associação de Negros Feanos da USP (Anfea-USP) é uma entidade constituída por negros da comunidade feana que atua como plataforma de networking, desenvolvimento e debate entre alunos de graduação, pós-graduação, Alumni e professores.
O grupo nasceu a partir do Coletivo Carolina Maria de Jesus, que surgiu em 2015, quando os alunos negros da FEA viram a necessidade de se unir em uma ação coordenada para trazer à luz os diversos conflitos raciais que perpassam as suas vidas profissionais e pessoais. Por volta de 2020, o coletivo se transformou na Anfea e passou a trabalhar ainda mais no apoio a seus associados, para que atinjam trajetórias de sucesso através de networking, programas de desenvolvimento e plataformas de discussão.
“O impacto da Anfea tem sido fundamental na minha vida profissional, e na minha vida fora da FEA, para minha relação de networking e para entendimento das possibilidades de mercado, tanto é que uma das vagas que me candidatei e hoje trabalho foi divulgada dentro do nosso grupo. No nível pessoal também fiz amizades com pessoas que admiro muito e tenho contato bem próximo até hoje. Então a Anfea é muito importante na minha trajetória”, afirma Renan Silva, formado em Administração em 2020 e atual presidente da associação.
Renan Silva – Foto: Arquivo pessoal
Em 2021, a organização celebrou a primeira edição do Programa Anfea de Aceleração de Carreiras (PAAC), encerrado em novembro, que beneficiou 25 alunos e ex-alunos da FEA, todos afrodescendentes. Foram oito meses de atividades on-line, divididas entre mentoria personalizada, workshops e encontros, e aulas de inglês. O programa tem como principais metas e valores o desenvolvimento de carreira de futuras lideranças negras e a promoção de equidade no mercado de trabalho, além de responsabilidade e integridade.
Comissão de Qualidade de Vida
Para combater o assédio moral
Criada em 2018, a Comissão de Qualidade de Vida (CQV) surgiu com o objetivo de prevenir e combater o assédio moral, além de promover práticas de cuidado com a saúde mental na FEA. Wilson Costa, docente do Departamento de Administração, conta que de início foi identificado que o assédio na faculdade existia e ainda é presente de forma difusa, sobretudo entre os cargos de chefia. “Nós fizemos quatro palestras de informação introdutória com chefes de departamento e coordenadores de graduação. O foco foi mais nas pessoas da área administrativa e nos representantes discentes”, diz Costa.
Por isso, a necessidade de realizar encontros para discutir essas questões e promover um ambiente saudável para estudantes, docentes e funcionários. Uma das formas de atuação da Comissão é a escuta. Os responsáveis pelo núcleo ouvem as queixas e necessidades da comunidade feana, encaminhando para o setor responsável. As áreas administrativas, acadêmicas e organizações estudantis também estão envolvidas no programa.
Wilson Costa – Foto: Arquivo pessoal
Em prol do acolhimento acadêmico
FEA Nudge prestando apoio a estudantes
Sob a coordenação dos professores Sérgio Almeida e Pedro Forquesato, ambos do Departamento de Economia da FEA, o programa FEA Nudge vem atuando no acolhimento acadêmico a estudantes de graduação, apoio na gestão da vida universitária e planejamento de suas carreiras.
Embora o programa seja destinado a todos os estudantes da FEA, ele tem sido importante para os estudantes provenientes de escolas públicas e de famílias em desvantagem econômica. O FEA Nudge busca garantir que esses alunos ingressantes tenham o apoio necessário para superarem suas deficiências de formação escolar.
Desde 2018, quando a USP adotou um sistema de cotas sociais, tem mudado o perfil dos ingressantes dos cursos da FEA. Hoje, cerca de 50% dos estudantes são egressos da escola pública e membros de grupos demográficos (pretos, pardos e índios) com histórica desvantagem socioeconômica. Assim, surgiu o desafio para a FEA de garantir que esses alunos tivessem apoio para absorverem os conteúdos das grades curriculares.
Sérgio Almeida – Foto: Arquivo pessoal
Pedro Forquesato – Foto: Arquivo pessoal
Olhos atentos para a periferia
Grupo Periferia Livr@ fortalece produção de literatura independente
Tudo começou em 2019, quando as professoras Ana Carolina Rodrigues e Kavita Hanza submeteram um projeto pela FEA-USP a um Edital de Empreendedorismo Social. Intitulado Potencializa: Programa de potencialização de jovens multiplicadores em contextos periféricos, o projeto com ênfase em novos negócios sociais nas periferias foi aprovado e inspira a criação e submissão do Periferia Livr@: fortalecendo a produção, discussão e o consumo de literatura nas bordas de SP.
Desde então, o projeto buscou fortalecer a produção e o consumo de literatura independente das periferias através de: ações de treinamento em tópicos de gestão; assessoria às editoras em tópicos de gestão; desenvolvimento de uma editora virtual e aplicativo para expandir os formatos de produção e consumo da literatura independente. O Periferia Livr@, no mesmo ano, também agiu de forma a fomentar o estímulo à produção literária usando mídias alternativas.
“Nosso grupo hoje é um consórcio de docentes de outras unidades da USP, autores e editores que atuam fora da Universidade. Temos uma forte característica interdisciplinar”, descreve a coordenadora da iniciativa, professora Ana Carolina Rodrigues. A equipe recrutada para integrar o projeto conta com bolsistas de programas de graduação e pós-graduação, voluntários e um conjunto de docentes, todos pertencentes à USP, em diversas unidades de pesquisa e ensino – dentre elas a FEA, FFLCH, ECA, FE, IP, ICMC, Poli, IME. Pelo desempenho e dedicação de sua equipe, o Periferia Livr@ captou recursos por meio da aprovação em editais, como da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão (PRCEU) e da Pró-Reitoria de Graduação (PRG), ambas da USP. “Também conseguimos parcerias e patrocinadores. Assim, está sendo possível a continuidade do projeto”, afirma Ana Carolina.
Ana Carolina – Foto: Arquivo pessoal
Olhos atentos para a periferia
Programa Pesc objetiva criar oportunidades
O programa institucional denominado Pesc FEA – programa institucional da diretoria da FEA – visa a integrar alunos da faculdade com outras unidades da Universidade. O Pesc foi criado em setembro de 2001 pela professora Rosa Maria Fischer e destinado aos alunos de graduação.
O principal objetivo é criar oportunidades de aplicar o conhecimento adquirido na USP junto às organizações do terceiro setor, organizações de interesse social e sem fins lucrativos.
Pelo Pesc já passaram mais de 800 alunos, que puderam apoiar, no total, quase 150 organizações sem fins lucrativos por meio de projetos que visam à capacitação da organização para que ela possa realizar suas atividades de maneira sustentável.
A edição do programa tem duração de um ano e é formada por grupos de até seis alunos, que buscam uma instituição e analisam possíveis problemas ou melhorias em suas atividades. No Pesc FEA, os participantes desenvolvem habilidades nas áreas de gestão, como visão estratégica e empreendedora para atuação social. Vivenciando novas realidades, eles poderão aprender com as diversidades — de gênero, raça, classe social — à medida que valorizam seus currículos, ganham créditos curriculares e bônus para fazer intercâmbio ao final do projeto.
Veja o vídeo institucional Pesc FEA
FEA Social
Auxiliando em consultoria e eventos
A FEA Social nasceu a partir do Pesc, por volta de 2014, com o intuito de aproximar a faculdade do setor social e desenvolver profissionalmente os membros da entidade. O grupo, coordenado por alunos da FEA, foca em consultoria e eventos, mas também auxilia no desenvolvimento de negócios de impacto (NIS) com empreendedores sociais.
A entidade atua nas áreas de Consultoria para ONGs e NIS, Incubadora (divisão que surgiu para auxiliar projetos de empreendedores sociais) e realização de eventos que potencializem causas sociais e organizações do setor. Um evento de destaque ocorrido neste ano foi o Social Tank. Inspirado em um programa de televisão norte-americano, o evento reuniu diferentes propostas de empreendedorismo social, que foram apresentadas a um grupo de investidores.
Recentemente a FEA Social divulgou em seu Instagram uma iniciativa chamada Empreende Sim!, que visa a oferecer oportunidades para que alunos da rede pública com iniciativas inovadoras possam empreender. O projeto foi incentivado pela FEA Social, e atualmente está consolidado em uma disciplina da faculdade, chamada Inovação Social e Empreendedorismo Social na Prática.
Pais voluntários
Amefea concede bolsas de estudos
A Associação dos Amigos da FEA é uma das frentes de diversidade que atua em diferentes áreas. Criado há mais de dez anos, o grupo conta com o trabalho voluntário de pais, alunos, docentes e funcionários para que possam colaborar apoiando e acolhendo estudantes em vulnerabilidade socioeconômica.
A associação atua em duas frentes. Seja oferecendo bolsas de estudo a alunos matriculados em cursos de graduação da FEA, ou oferecendo apoio psicológico. O valor da bolsa é R$ 1 mil mensais com duração de 12 meses, mas pode ser renovada por mais um ano. A concessão da bolsa é acompanhada do compromisso de devolução do valor recebido após a conclusão do curso, para que possa beneficiar outros estudantes. A devolução da bolsa ocorre após dez anos da conclusão do curso.
Em parceria com o CAVC Idiomas, curso de idiomas da faculdade, os bolsistas do Amefea também podem receber bolsas de até 100% para estudar inglês, espanhol, alemão ou italiano. Já o apoio psicossocial possui atividades quinzenais e conta com psicólogos oferecendo rede de atenção, propiciando acolhimento nas vivências acadêmicas.
Diversidade institucionalizada
Comissão de Inclusão e Pertencimento foi inaugurada neste 2022
Embora as iniciativas de diversidade atualmente sejam inúmeras na FEA e criadas em períodos distintos, a Comissão de Inclusão e Pertencimento da faculdade surgiu neste ano após a estruturação da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) da USP. Na FEA, a comissão funciona como braço do órgão dentro da unidade levantando informações sobre as necessidades da comunidade feana e propondo ações internas pautando a diversidade, a equidade e a interseccionalidade.
Coordenado pela docente Paula Pereda, do Departamento de Economia, a comissão tem em seu escopo políticas que incluem a saúde integral, com especial atenção à saúde mental, as questões socioeconômicas, étnico-raciais, culturais e de gênero, assim como de acessibilidade para pessoas com deficiências, garantindo a consolidação do pertencimento, respeitadas as suas singularidades. De acordo com ela, “não basta apenas a Lei de Cotas — que ampliou as diversidades na Universidade —, é preciso também acolher os estudantes para que se sintam pertencentes aos espaços que ocupam”.
A docente também destaca o quanto não é suficiente falar em diversidade e inclusão, mas promover ações que estabeleçam isso de forma prática, concreta. Essas políticas devem se “traduzir em programas e ações capazes de viabilizar simultaneamente a participação coletiva, a pluralidade de saberes, como a produção de temas e recortes de conhecimento, garantindo efetivas trocas e permeabilidades com a sociedade”.
Atualmente a comissão tem feito levantamentos das necessidades de alunos do Crusp, moradia estudantil da Universidade, e conversando com os estudantes sobre ações que o núcleo institucional pode promover em relação à melhoria na saúde mental e ao acesso a bolsas e auxílios.
Prezado leitor,
Com esta matéria sobre as ações em diversidade da FEA-USP, o Jornal da USP inaugura uma série que irá abordar as demais unidades da Universidade de São Paulo e suas iniciativas em prol da diversidade e inclusão.
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.