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Exposição em cordel discute resistência e heroísmo de mulheres negras
Em exibição na USP até 22 de dezembro, mostra apresenta a trajetória de mulheres negras pouco conhecidas que tiveram enorme contribuição na luta contra a discriminação
Antonieta de Barros, Carolina Maria de Jesus, Leci Brandão e Marielle Franco - Fotos: Reprodução/Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, Reprodução/Arquivo Nacional, Renan Katayama/Flickr e Marcelo Freixo/Mídia Ninja/Flickr
A exposição busca ressaltar a força, coragem e influência de 20 mulheres negras, com fotos ou desenhos que as caracterizem, comentando sua trajetória de resistência na história brasileira em versos de cordel. Entre elas, está Carolina Maria de Jesus, considerada a precursora da poesia periférica no Brasil e conhecida mundialmente por seu best-seller traduzido em 13 línguas Quarto de Despejo: O Diário de uma Favelada, que mostra a realidade das favelas e denuncia a desigualdade. A história completa de cada uma das mulheres pode ser vista no link ou resumidamente na arte a seguir.
Imagens: Giovanna Diniz Vieira (Graduanda em Letras-Língua Portuguesa na FFLCH) e Amanda Araújo Parente (Graduanda em História na FFLCH) via Biblioteca Florestan Fernandes/FFLCH-USP
“Convidamos para explorar a saga dessas mulheres extraordinárias, um mergulho nas profundezas de suas lutas e conquistas. Narradas com a paixão e o ritmo característicos do cordel, suas histórias transcendem o tempo, oferecendo um olhar fascinante sobre a resistência e o heroísmo feminino”, afirmam os organizadores.
A exposição também exibirá a boneca preta artesanal Abayomi – nome que tem origem iorubá e significa encontro precioso. A escolha serve para homenagear mulheres negras que confeccionavam essas bonecas em navios negreiros como forma de transmitir segurança e afeto aos seus filhos. Segundo os organizadores, Abayomi representa força, resiliência e a capacidade de transformar adversidades em arte e esperança.
Exposição celebra força, coragem e influência de mulheres negras que foram heroínas na busca por um Brasil menos discriminatório - Fotos: Carlos Carvalho, funcionário da Biblioteca Florestan Fernandes
Literatura de resistência
O livro Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis busca ressaltar trajetórias de mulheres que são pouco conhecidas na história brasileira, como forma de recuperar suas memórias apagadas socialmente. Por meio de cordéis, a escritora Jarid Arraes relembra a luta dessas heroínas na busca por direitos, reivindicando seus espaços na política e na arte, contra a injustiça e opressão. A obra está disponível no link.
A seguir, veja trechos do livro que contam sobre Luísa Mahin e Maria Firmina dos Reis, mulheres que vivenciaram o racismo e preconceito na época da escravidão.
Serviço:
Exposição Resistência e Heroísmo em Cordel: A Saga das Heroínas Negras Brasileiras
De 23 de novembro e 22 de dezembro
Na Biblioteca Florestan Fernandes, situada na Avenida Professor Lineu Prestes, 350
Durante o horário de funcionamento da biblioteca: de segunda a sexta-feira, das 08h30 às 21h30
Para acessar a apresentação da exposição, clique aqui.
Mais informações: saufflch@usp.br / (11) 3091-4377 / (11) 3091-4587
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*Estagiária sob supervisão de Tabita Said e Antonio Carlos Quinto
**Estagiárias sob supervisão de Moisés Dorado
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