Nascida na Terra Indígena Porto Lindo, em Japorã (MS), Sandra é antropóloga, curadora de arte, educadora e ativista do povo guarani nhandeva. Atualmente é diretora de Artes Visuais da Fundação Nacional de Artes (Funarte).
Sandra obteve seu diploma no curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica da Universidade Federal de Santa Catarina. É mestra em Antropologia Social pelo programa de pós-graduação do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com trabalho em que confere protagonismo às histórias coletivas das mulheres indígenas, jogando luz sobre as narrativas e o modo de “caminhar no mundo” (guata) das mulheres Guarani Nhandewa. Desde 2019 vem desenvolvendo pesquisa de doutorado na UFRJ.
Foi professora de arte de ensino fundamental na comunidade guarani de Aracruz (ES), coordenadora pedagógica na Secretaria de Educação em Maricá (RJ) – assessorando escolas indígenas -, curadora adjunta de Arte Brasileira no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) – onde participou da exposição Histórias Brasileiras – e curadora do Museu de Culturas Indígenas de São Paulo.
Realizou a curadoria das exposições Dja Guata Porã: Rio de Janeiro Indígena, no Museu de Arte do Rio (MAR), e Sawé, organizada no Sesc Ipiranga, em São Paulo (SP). Também foi curadora, em parceria com a artista Salissa Rosa, da exposição Nhe’ẽ Se, na Caixa Cultural de Brasília (DF).
Suas propostas curatoriais enfatizam cosmovisões indígenas e estão centradas no protagonismo das mulheres indígenas. Nas áreas de educação e pesquisa, dedica-se às problemáticas do ensino bilíngue indígena e à dificuldade desse ensino em abarcar as particularidades e identidade das comunidades guaranis. Benites também se destaca na defesa dos direitos dos indígenas, especialmente no que se refere à educação dos guaranis e à demarcação de seus territórios.
Ela lecionou em várias instituições americanas, entre as quais as Universidades de Indiana, Tufts e Harvard, e teve trabalhos publicados nos sites do Hammer Museum da Universidade da Califórnia em Los Angeles, do Museu de Arte Moderna (MoMa) de Nova York e do Peabody Museum da Universidade Harvard.
No final de 2022 e início de 2023, ela e a artista Anita Ekman foram as curadoras da exposição Ka’a Body: Cosmovision of the Rainforest, organizada por parceria entre as galerias Paradise Row, de Londres, e Radicants, de Paris. Neste trabalho, elas examinaram como as mulheres na arte contemporânea indígena e brasileira estão transformando a imaginação global sobre as florestas e seus habitantes, humanos e não humanos.