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A atriz-mirim Sonia Maria Dorce e o câmera Walter Tasca, na TV Tupi, em 1950. É dela a primeira imagem televisionada no Brasil: vestida de índio, ela saudou a inauguração do canal – Foto: Divulgação/Acervo Pró-TV
Uma menina de seis anos vestida de índio, um bispo abençoando equipamentos eletrônicos e 200 aparelhos de TV existentes em todo o território nacional. Foi assim que, há 70 anos, surgiu a televisão no Brasil.
No dia 18 de setembro de 1950, o empresário e jornalista Assis Chateaubriand colocava no ar a TV Tupi Difusora de São Paulo, no canal 3. Iniciava a história da televisão no País – e também ganhava o pioneirismo do meio de comunicação na América do Sul. A atriz mirim Sonia Maria Dorce, fantasiada de indígena – alusão à mascote da Tupi – dizia as primeiras palavras aos espectadores curiosos ao redor dos televisores mandados espalhar pela capital paulista por Chateaubriand:
– Boa noite! Está no ar a televisão do Brasil!
Assis Chateaubriand, o inaugurador da televisão no Brasil – Foto: Reprodução/Acervo Pró-TV
Em seguida, o primeiro programa da televisão nacional: TV na Taba. Sua escalação:
Na apresentação, Homero Silva.
Na declamação de poemas, a poetisa Rosalina Coelho Lisboa.
No balé, a bailarina Lia Marques.
Na comédia, Mazzaropi.
Na interpretação do Hino da Televisão Brasileira, Lolita Rodrigues, substituindo Hebe Camargo, que se recusou a cantar a composição.
Além da transmissão, houve uma cerimônia de inauguração, com discurso de Assis Chateaubriand e benção do bispo-auxiliar de São Paulo, Dom Paulo Rolim Loureiro. No dia seguinte, a estreia do primeiro telejornal do Brasil, Imagens do Dia.
O menino indígena: mascote da TV Tupi – Foto: Reprodução
Episódio de Beto Rockfeller, marco do realismo na telenovela
Conforme aponta o professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) Sergio Mattos, no livro Um perfil da TV Brasileira, a marca das primeiras transmissões realizadas pela Tupi foi a precariedade de suas instalações e a influência determinante do rádio, então o meio de comunicação mais popular do País. Estrutura, profissionais e programação foram transportados dele para a televisão, o que determina uma especificidade do caso brasileiro. Nos Estados Unidos, por exemplo, a gigantesca indústria do cinema foi quem deu a direção para sua TV.
Poucos meses após a estreia, em 20 de janeiro de 1951, foi a vez de Chateaubriand inaugurar a TV Tupi Rio, nas instalações da Rádio Tamoio. No mesmo ano, começaram a ser fabricados os primeiros aparelhos de televisão no território nacional, da marca Invictus. E, no final do ano, em 21 de dezembro, estreava Sua Vida me Pertence, a primeira telenovela brasileira. Escrita, dirigida e protagonizada por Wálter Forster, com dois capítulos por semana, a novela ficou no ar até 15 de fevereiro do ano seguinte.
O primeiro semestre de 1952 viu também a estreia, em 1º de abril, do celebrado telejornal Repórter Esso. Seguindo a tradição dos primórdios da tevê brasileira, veio adaptado da versão radiofônica de mesmo nome – um boletim produzido pela United Press International que desovou a propaganda estadunidense da Segunda Guerra Mundial e o american way of life em países como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Venezuela. Enquanto a versão para rádio terminou no final de 1968, o telejornal seguiu até 31 de dezembro de 1970.
Vida Alves e Wálter Forster em Sua Vida me Pertence, a primeira telenovela brasileira – Foto: Wikimedia Commons
Repórter Esso, o telejornal de maior sucesso dos primeiros anos da televisão – Vídeo: Youtube
No início dos anos 1960, a boa nova do videotape abre as portas do reino para a televisão. A chegada do VT permite a gravação prévia da programação e elimina a obrigação de o conteúdo ser transmitido integralmente ao vivo. Foi isso que possibilitou, por exemplo, que as novelas se tornassem diárias. O pioneirismo coube à TV Excelsior, fundada em 1960, com 2-5499 Ocupado, que estreou em julho de 1963.
A revolução do VT, entretanto, não parou aí. A própria estrutura da programação da televisão se transformou com sua chegada. Até então, cada dia da semana apresentava programas distintos – a imposição da produção ao vivo. Com o videotape, surge a programação horizontal, com o mesmo programa sendo transmitido vários dias na semana.
Uma das vinhetas da TV Excelsior que ficaram no ar durante os anos 1960 – Vídeo: Youtube
Cartaz de lançamento da primeira telenovela diária do Brasil, 2-5499 Ocupado, de 1963 – Foto: Reprodução
Durante as duas primeiras décadas da história da televisão brasileira, o protagonismo coube à pioneira Tupi. Em 1965 surgiria sua sucessora na liderança televisiva, a TV Globo, germinada em um acordo financeiro e técnico com o grupo Time/Life – vetado pela legislação nacional e até hoje fruto de controvérsias.
Ainda na segunda metade dos anos 1960, os programas musicais se espraiam pelas emissoras. A TV Record, criada em 1953, imortaliza Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa no Jovem Guarda (1965-1968) e Elis Regina e Jair Rodrigues em O Fina da Bossa (1965-1967). Caetano Veloso e Gilberto Gil pilotaram por três meses na Tupi o Divino, Maravilhoso (1968), consagrando a Tropicália ao lado de Gal Costa, Os Mutantes e Jorge Ben.
Simultaneamente, abre-se a era dos grandes festivais de música. A Record exibe de 1966 a 1969 o Festival de Música Popular Brasileira e realiza a Bienal do Samba em 1968 e 1971. A Globo tem o seu Festival Internacional da Canção (1966-1972). A Excelsior organiza em 1966 e 1967 o Festival Nacional de Música Popular Brasileira.
Jair Rodrigues interpreta Disparada, de Geraldo Vandré, no Festival da TV Record de 1966 – Foto: Reprodução
Primeira abertura do Jornal Nacional, que estreou em 1969 – Vídeo: Youtube
Em 1º de setembro de 1969, Cid Moreira e Hilton Gomes apresentam a primeira edição do Jornal Nacional, da Globo. O noticiário vinha substituir o então Jornal da Globo, também apresentado pela dupla, e inovava por ser transmitido simultaneamente para vários Estados do País. Em sua primeira edição, com duração de 15 minutos, eram noticiados o agravamento da saúde do então presidente Costa e Silva, a publicação do Ato Institucional nº 12, que colocava uma junta militar no lugador do general, e a vitória do Brasil nas eliminatórias para a Copa de 1970.
Com a década de 1970, as experimentações e pioneirismos dos 20 primeiros anos vão dando espaço para uma configuração da televisão mais próxima do que temos hoje. A TV Tupi entra em decadência e vê sua liderança tomada pela Globo. O conceito de rede de televisão se consolida e as principais emissoras passam a investir em programações nacionais.
Cid Moreira e Hilton Gomes, a primeira dupla de apresentadores do Jornal Nacional – Foto: Reprodução
Silvio Santos no programa infantil Revelações, da TV-Rio, em 1964 – Foto: Arquivo Nacional
A TV Manchete atravessaria os anos 1980 e 1990 pelejando contra dívidas e atrasos de salário, vendo sua ideia inicial de programação para as classes A e B afugentar os patrocinadores. O sucesso da telenovela Pantanal, em 1990, e dos desenhos japoneses – capitaneados pelos Cavaleiros do Zodíaco – não foi capaz de evitar sua venda para os empresários Amilcare Dallevo Jr. e Marcelo de Carvalho, que fundariam em seu lugar a RedeTV!
Outra peça do atual quebra-cabeça da televisão brasileira se encaixou em 1989, com a compra da TV Record por Edir Macedo, sumo sacerdote da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). Numa transação sigilosa, Macedo levou das mãos dos então donos Silvio Santos e Paulo Machado de Carvalho a minguante emissora paulista, que deixaria insones executivos da Globo em não muito tempo.
Abertura de Pantanal, telenovela de maior sucesso da Rede Manchete – Vídeo: Youtube
Momentos finais da TV Tupi, em 1980. Funcionários da emissora pedem ao então presidente João Figueiredo que não feche a emissora. O pedido não seria ouvido – Vídeo: Youtube
“Um projeto cultural assumido e declarado da ditadura militar”
“A televisão brasileira se tornou uma das mais importantes do mundo graças a muito trabalho e muito talento”, reflete o professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP Eugênio Bucci. “É necessário lembrar também”, acrescenta, “que o crescimento da TV foi um projeto cultural assumido e declarado da ditadura militar, que investiu na infraestrutura. O governo autoritário queria que a televisão costurasse a identidade nacional por meio das imagens, e conseguiu isso. Foi a televisão que construiu os vínculos de pertencimento imaginário pelos quais os brasileiros aprenderam a se reconhecer brasileiros.”
Além dos investimentos, a relação da ditadura militar com a televisão envolveu repressão e censura. A extinção da TV Excelsior, em 1970, é o caso mais emblemático. Seu fim representou o epílogo de anos de perseguição e estrangulamento financeiro que foram impostos à emissora – graças ao apoio que seu fundador, Mário Wallace Simonsen, declarou ao governo de João Goulart e à candidatura de Juscelino Kubitschek nas eleições jamais realizadas de 1965.
Outro uso político exemplar da televisão pelos militares aconteceria em 1972: a primeira transmissão oficial em cores, ocorrida na Festa da Uva de Caxias do Sul. Contando com a presença do então presidente Emílio Garrastazu Médici, o evento serviu como propaganda econômica e tecnológica para o regime, no período de mais intensa e violenta repressão dos militares contra opositores políticos.
O professor Eugênio Bucci – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Festa da Uva de Caxias do Sul, em 1972, a primeira transmissão oficial em cores do País – Vídeo: Youtube
Cobertura do Jornal Nacional das campanha Diretas Já, em 1984– Vídeo: Youtube
Nestes 70 anos, contudo, a história da ligação entre governo e televisão no Brasil não é uma via de mão única. Em 1984, constatando a ampla mobilização popular, as emissoras aderem à campanha das Diretas Já, que reivindicava eleições diretas para a Presidência da República, barradas no Congresso Nacional. Cinco anos depois, em 1989, a Rede Globo era acusada de manipular as gravações do debate dos candidatos à Presidência para favorecer Fernando Collor. E, bem mais perto cronologicamente, 2016 viu a votação do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados ser exibida ao vivo pela televisão.
“Todo o período merece atenção redobrada dos pesquisadores. A história da televisão se confunde com a história política do Brasil dos anos 50 para cá”, explica Bucci. “Sobre as relações entre as emissoras e redes de tevê e os governos militares, elas não se limitavam aos assuntos jornalísticos. Precisamos pensar na televisão aberta, sobretudo no período da ditadura militar, como um dueto que envolvia a ficção (novelas) e o registro dos fatos (o jornalismo). Muitas vezes, nos anos de chumbo, o telejornal contava uma história de ficção, tamanho era o ufanismo e a bajulação da ditadura, e a novela, paradoxalmente, trazia fragmentos de realidade.”
Os novos realismos da televisão
A professora Rosana de Lima Soares, também da ECA, dedica-se há décadas a estudar os discursos produzidos na televisão. Um de seus objetos privilegiados são as mídias de caráter “realista”, como os telejornais e os reality shows, que se multiplicaram nas emissoras a partir da virada do milênio.
“Em anos recentes, especialmente nas primeiras décadas do século 21, vemos na televisão a predominância de obras em que elementos próprios de narrativas ficcionais e de narrativas referenciais se mesclam na configuração de um ‘gênero híbrido’, que podemos definir como integrante de uma estética própria da reality tv”, explica Rosana.
“Nessas produções, novos realismos se constituem, presentes não apenas na teledramaturgia, mas também no jornalismo e em reality shows”, afirma a professora. “Como temáticas comuns, questões políticas e sociais, bem como aquelas voltadas para as diversas lutas identitárias relacionadas a minorias sociais, parecem ocupar espaço predominante, bem como a busca por políticas da representação menos estigmatizantes e preconceituosas. Nesse sentido, observamos o deslocamento de estereótipos e a busca por maior representatividade também nos formatos factuais, em que temáticas como racismo, homofobia e feminismo, entre outras, passam a ser tratadas em telejornais, programas de entrevistas e de entretenimento.”
A professora Rosana de Lima Soares – Foto: Youtube
No campo do telejornalismo, Rosana pontua que é possível notar grandes transformações na maneira como esses discursos foram produzidos ao longo das sete décadas da televisão nacional. Pensando mais especificamente na produção da Rede Globo, maior emissora do País na atualidade, a professora destaca algumas das mais significativas mudanças estéticas e políticas.
Exatamente há 70 anos, a primeira transmissão de TV no Brasil – Foto: Alesp
Vinheta de abertura de No Limite, primeiro reality show da televisão brasileira – Vídeo: Youtube
“A aproximação, do ponto de vista da enunciação, da relação estabelecida com o espectador, de mais impessoal e distanciada àquela mais intimista e próxima, pode ser verificada não apenas nos temas abordados, mas em seus modos de narrar.” Como exemplo, a professora destaca os telejornais do horário nobre, com a interatividade e o posicionamento do apresentador substituindo uma postura de mero locutor.
Rosana identifica também como mudança digna de nota a “consolidação, do ponto de vista da recepção, de uma espécie de ‘pedagogia televisiva’, que insere o espectador na narrativa não mais como um ouvinte passivo, mas como alguém que também domina sua sintaxe, numa espécie de processo de literacia midiática que permite a reapropriação dos conteúdos televisivos e sua ressignificação por parte do público”. As inúmeras comunidades de fãs e fóruns de debate em redes sociais são algumas das manifestações apontadas pela professora.
O deslocamento do protagonismo do jornalista, do ponto de vista da produção, é outra transformação constatada pela professora. Para ela, o jornalista “passa a determinar de modo menos centralizado o ponto de vista narrativo” e permite que outros sujeitos, como fontes, personagens, repórteres e especialistas interajam na construção da reportagem. “Exemplos disso são os programas matinais de bem-estar e notícias e os telejornais voltados para prestação de serviços.”
Telenovelas: a narrativa da nação
Ao longo destes 70 anos, alguns formatos se consagraram na televisão brasileira e se tornaram até sinônimos dela na cabeça dos telespectadores, como o telejornalismo do Repórter Esso e do Jornal Nacional, os programas de auditório com Silvio Santos, Chacrinha, Flávio Cavalcanti ou Raul Gil, os festivais dos anos 1960, os reality shows do século 21 – Big Brother Brasil e A Fazenda, entre outros – e, é claro, as telenovelas.
Com raízes históricas na radionovela, fundada no teleteatro e sendo realizada ao vivo em seus primeiros anos, a telenovela é um dos lugares privilegiados das transformações tecnológicas e sociais vividas pela televisão. “Sua especificidade consiste na questão: até onde um programa de entretenimento pode chegar, passando a desempenhar uma função social, política e principalmente cultural no País?”
A provocação vem da professora da ECA Maria Immacolata Vassallo de Lopes. Coordenadora do Observatório Ibero-Americano de Ficção Televisiva (Obitel) e do Centro de Estudos de Telenovela da ECA, Maria Immacolata defende que a telenovela é o principal produto cultural do Brasil.
A professora reconhece a telenovela como um produto da cultura latino-americana, sendo o Brasil – e hoje, mais especificamente, a Rede Globo – responsável por um de seus paradigmas (o outro seria a novela mexicana, com o predomínio das produções da Televisa). O ponto determinante, para Maria Immacolata, é a capacidade de a telenovela ser o que chama de “narrativa da nação”.
A professora Maria Immacolata Vassallo de Lopes – Foto: Fapesp
“A telenovela não expressa o Brasil como ele é, mas também não o abstrai”, explica a professora. A chave seria a ideia de imaginário. Como os imaginários são construídos na relação entre a obra de um autor e um telespectador ativo, a pesquisadora realça a importância de se reconhecer a autoria das telenovelas. “O que é formado é um imaginário de nação, no qual não é possível se falar em certo ou errado.”
Uma característica da telenovela brasileira para a qual a professora chama atenção é seu caráter de “obra aberta” – uma referência ao conceito trabalhado pelo pensador italiano Umberto Eco. “Ela é uma obra aberta no sentido de que está sendo feita no ar”, destaca, referindo-se ao processo de escrita das telenovelas, realizado enquanto elas são transmitidas e que recebe influências da recepção do público.
A complexidade da narrativa das telenovelas nacionais é outro diferencial que Maria Immacolata encontrou em décadas de pesquisas, nas quais vem comparando a produção brasileira com a de outros 12 países ibero-americanos. “A telenovela brasileira é difícil. As pessoas acostumadas a um outro paradigma se perdem nos nossos núcleos, no emaranhado de histórias que acontecem ao mesmo tempo”, revela.
Cena da novela Avenida Brasil – Foto: Reprodução/TV Globo
Cena da novela Laços de Familia – Foto: Reprodução/TV Globo
Três momentos distintos podem ser identificados na história da telenovela brasileira, de acordo com a professora. O primeiro, iniciado com a pioneira Sua Vida me Pertence, é marcado por um estilo fantasioso. Já o segundo representa a virada realista da produção nacional, iniciada com Beto Rockfeller.
Considerada um divisor de águas nas telenovelas brasileiras, Beto Rockfeller surgiu em 4 de novembro de 1968 pela TV Tupi, desafiando o prestígio que a Excelsior avolumava no formato. Com linguagem coloquial, uso de locações, um protagonista anti-herói e aproximação com o público, a produção se libertou das atuações exageradas e tramas fantasiosas. “A partir daí, a telenovela começa a falar do Brasil, começa a falar da nação, dos mais diferentes modos”, pontua a professora.
Hoje, as produções poderiam ser caracterizadas como “naturalistas” para Maria Immacolata. “É quase como se fosse um documentário, apesar de ser ficção.”
Com todas essas reflexões acumuladas, a professora entende a telenovela como um recurso comunicativo. “É como uma matéria-prima que pode ser usada no momento em que for possível. Eu gostaria muito que o governo olhasse mais para as telenovelas e delas pudessem sair políticas públicas”, complementa.
Em entrevista à Rádio USP, a professora Clotilde Perez, do Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo da ECA, fala sobre a história da TV brasileira e sobre a importância do veículo. Ouça na íntegra no player abaixo:
a história da TElevisão brasileira
1950
18 de setembro: a TV Tupi Difusora de São Paulo, a primeira emissora do País, é fundada por Assis Chateaubriand.
19 de setembro: Imagens do Dia, o primeiro telejornal do Brasil.
1951
20 de janeiro: inaugurada a TV Tupi do Rio de Janeiro.
Começam a ser a fabricados os primeiros aparelhos de televisão nacionais, da marca Invictus.
21 de dezembro: Sua Vida me Pertence, primeira telenovela brasileira.
1952
1º de abril: estreia do telejornal Repórter Esso.
1953
27 de setembro: fundada a TV Record de São Paulo, por Paulo Machado de Carvalho.
1955
18 de dezembro: a TV Tupi Difusora de São Paulo realiza a primeira transmissão direta, uma partida entre Santos e Palmeiras, na cidade de Santos (SP).
1957
Dez emissoras de televisão estão em operação no Brasil.
1960
9 de julho: a TV Excelsior de São Paulo é inaugurada pelo Grupo Simonsen.
20 de setembro: estreia a TV Cultura de São Paulo, Canal 2, pelos Diários Associados de Assis Chateaubriand.
1963
22 de julho: vai ao ar a primeira telenovela brasileira em capítulos diários, 2-5499 Ocupado, da TV Excelsior.
1964
7 de setembro: a TV Tupi transmite a telenovela de grande sucesso O Direito de Nascer.
O país possui 34 estações de televisão e mais de 1,8 milhão de aparelhos receptores.
1965
26 de abril: a TV Globo é fundada no Rio de Janeiro por Roberto Marinho. A
TV Excelsior realiza o primeiro Festival de Música Popular Brasileira.
1966
16 de maio: estreia Redenção, a mais longa telenovela brasileira (596 capítulos), na TV Excelsior.
1967
13 de maio: a TV Bandeirantes, de João Saad, inicia suas transmissões em São Paulo.
1968
4 de abril: morre Assis Chateaubriand.
4 de novembro: estreia a novela Beto Rockfeller, renovadora da linguagem das telenovelas brasileiras.
1969
15 de junho: a TV Cultura é reinaugurada, não mais pertencendo aos Diários Associados, mas à Fundação padre Anchieta.
1º de setembro: estreia o Jornal Nacional, da Rede Globo.
1970
O Censo registra que 27% das residências brasileiras já possuem televisores.
25 de janeiro: é inaugurada em São Paulo a TV Gazeta, pela Fundação Cásper Líbero.
A Copa do Mundo de Futebol é transmitida ao vivo para todo o País.
28 de setembro: o governo federal cassa a concessão da TV Excelsior.
30 de setembro: última transmissão da TV Excelsior.
1972
31 de março: primeira transmissão oficial em cores no País, da Festa da Uva de Caxias do Sul. O evento, que contou com a presença do então presidente Emilio Garrastazu Médici, é usado como propagando do regime militar.
1973
22 de janeiro: estreia O Bem-Amado, primeira telenovela em cores da televisão brasileira.
1975
A Censura Federal proíbe a exibição da telenovela Roque Santeiro, após 30 capítulos já gravados. A produção só iria ao ar dez anos depois, após o fim da ditadura militar.
1976
14 de maio: entra no ar a TVS do Rio de Janeiro, de Silvio Santos.
1978
O total de aparelhos de televisão chega a 14,8 milhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
1980
18 de julho: após ter as concessões de seus canais caçadas, a Rede Tupi sai do ar.
O País possui 106 emissoras comerciais e 12 estatais.
1981
19 de agosto: o SBT de Silvio Santos, criado a partir das concessões caçadas da TV Excelsior e da TV Tupi, inicia atividades.
1983
5 de junho: a Rede Manchete, do Grupo Bloch, criada a partir das concessões da TV Excelsior e da TV Tupi, inicia as transmissões.
1984
A televisão adere à campanha das Diretas Já.
1985
15 de janeiro: é transmitida ao vivo a eleição indireta de Tancredo Neves.
1987
Existem 31 milhões de aparelhos de TV no País, dos quais 12,5 milhões são aparelhos em cores.
1989
Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, compra a TV Record.
1990
15 de março: a televisão transmite a posse de Fernando Collor, primeiro presidente eleito pelo voto direto depois da ditadura militar.
20 de outubro: a MTV Brasil, do Grupo Abril, inicia atividades nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. É a terceira MTV do mundo e a primeira funcionando em TV aberta.
1991
15 de setembro: o Grupo Abril coloca em operação a operadora de televisão por assinatura TVA, inicialmente com cinco canais.
1999
18 de maio: a Rede Manchete exibe seu logo na televisão pela última vez, após compra da rede por Amilcare Dallevo Jr. e Marcelo de Carvalho, que fundariam em seu lugar a RedeTV!.
1996
15 de outubro: surge a Globonews, primeiro canal só de notícias do Brasil.
2000
23 de julho: estreia No Limite, da Rede Globo, primeiro reality show brasileiro.
2002
29 de janeiro: entra no ar o Big Brother Brasil, da Rede Globo.
2007
2 de dezembro: a primeira transmissão oficial de sinal digital do Brasil é realizada em São Paulo
2012
26 de março: estreia Avenida Brasil, a novela da Rede Globo mais vendida para o exterior e maior sucesso comercial da telenovela nacional.
2016
17 de abril: a televisão exibe ao vivo a votação do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.
2020
A pandemia de covid-19 obriga emissoras a abortar projetos, interromper gravações, veicular reprises e reformular programações
Fontes: Sérgio Mattos, Um perfil da TV Brasileira (1990), e Jornal da USP
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