Interior do Centro Cultural Banco do Brasil, onde acontece a exposição “O Triunfo da Cor” – Foto Cecília Bastos/USP Imagens

Exposição em São Paulo apresenta as inovações e rupturas do Pós-Impressionismo

Mostra fica em cartaz até 7 de julho, no Centro Cultural Banco do Brasil

 22/06/2016 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 07/07/2022 às 14:57

Autora: Leila Kiyomura

Arte: Moisés Dourado e Ana Júlia Maciel

Em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo, a exposição “O Triunfo da Cor” expõe 75 obras de 32 artistas pós-impressionistas que, a partir da segunda metade do século 19, deram novos rumos à arte ao enfatizar, por exemplo, o potencial expressivo da cor. Entre esses artistas estão Paul Cézanne, Toulouse-Lautrec e Paul Gauguin.

Nesta reportagem especial, o Jornal da USP aproveita a exposição no CCBB para refletir sobre esse movimento artístico que ficou conhecido como Pós-Impressionismo, provocou rupturas com modelos anteriores e inovou a arte do século 20. A reportagem inclui análises sobre as obras expostas na mostra – provenientes do acervo do Museu D’Orsay e do Museu de l’Orangerie, ambos de Paris, na França – e fotos do ateliê de Paul Cézanne, um dos maiores artistas pós-impressionistas, localizado em Aix-en-Provence, no sul da França.

Em artigos exclusivos, as professoras Carmen Aranha, do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, e Elza Ajzenberg, da Escola de Comunicações e Artes (ECA), também da USP, exploram temas ligados ao Pós-Impressionismo. Carmen analisa a verdadeira revolução artística promovida por Paul Cézanne e Elza reconstitui a trajetória do Museu d’Orsay.

Boa leitura.

São Paulo recebe as cores de Paris

Exposição “O Triunfo da Cor”: 75 obras de 32 artistas expoentes do Pós-Impressionismo – Foto: Cecília Bastos/Usp Imagem

Encontrar Paul Cézanne na paisagem de Aix-en-Provence com o vento entre as árvores ou na leveza de um vaso azul com as flores desabrochadas. Flagrar a bailarina quase nua de Toulouse-Lautrec. Apreciar a luz do jardim de Monet. São essas paisagens que a mostra “O triunfo da cor”, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo, oferece ao público ao reunir 75 obras que integram os acervos dos museus d’Orsay e de l’Orangerie, ambos de Paris, na França.

É essa sensação de estar entre o azul, o amarelo, o marrom, o verde, vermelho e os tons que se embaralham e vibram no Pós-Impressionismo que a mostra procura destacar. A curadoria é de Guy Cogeval, presidente dos museus d’Orsay e l’Orangerie, Isabelle Cahn, historiadora e pesquisadora das mesmas instituições, e Pablo Jimènez Burillo, diretor cultural da Fundación Mapfre, que também patrocina o evento.  Leia mais

A exposição reúne os mestres que, no fim do século 19, depois do Impressionismo, impulsionaram a evolução da pintura e impuseram uma visão pessoal que refletia sensações e experiências subjetivas”, explica Isabelle. “Eles pressentiam que a cor, por si só, expressava alguma coisa, e puseram-se a descobri-la e explorá-la.”

Visitantes fazem uma “viagem” pelas obras dos pintores pós-impressionistas

Personagens contam como foram seduzidos pela liberdade da pintura moderna

Interior do Centro Cultural Banco do Brasil, onde acontece a exposição “O Triunfo da Cor” – Foto Cecília Bastos/USP Imagens

“Mesmo aqueles que estão com pressa e só de passagem, com certeza um dia vão entrar para ver as pinturas.”

Inês Pereira da Luz

“Nós viemos em 32 pessoas. Esta visita é um sonho de todos”


Maria Luiza Mansinin

“Eu acho muito bonito aquele quadro dos camponeses comendo batata. Fico emocionado só de pensar.”

Dorival Soares

Cézanne buscou a percepção do invisível

Em seu ateliê, em Aix-en-Provence, no sul da França, artista exercitou a liberdade das cores.

A cor em liberdade é o último módulo dessa viagem  com os mestres do Pós-Impressionismo. Mas, como bem concluiu o filósofo francês Maurice Merleau Ponty ao estudar a dúvida de Cézanne: “O olho vê o mundo, e o que falta ao mundo para ser quadro, e o que falta ao quadro para ser ele próprio, e na paleta, a cor que o espera; e vê, uma vez feito, o quadro que responde a todas as outras faltas”. Leia mais

A região de Aix-en-Provence, na França, onde fica o ateliê de Paul Cézanne – Foto: Atílio Avancini

Paul Cézanne abriu caminhos para a arte do século 20

Considerado por Pablo Picasso e Henri Matisse o
idealizador de uma arte com resoluções inéditas, o pintor
buscou registrar a sensação do vento na natureza e o
invisível do ser nos retratos. Leia mais

D’Orsay é museu de desafios e inspirações

Local onde hoje fica o Museu d’Orsay foi palco de fatos marcantes dos séculos 19 e 20, até se transformar em espaço de excelência artística, com obras de referência em várias correntes estéticas. Leia mais


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