“Um arranjo de coral é a versão de uma música para o coral. Por exemplo, uma música do Emicida que ouvimos num disco. O arranjo de coral é uma recriação dessa música para as vozes de um coral”, explica Eduardo Fernandes, um dos regentes do Coral da USP (Coralusp) e um dos organizadores do 1º Concurso de Arranjos Corais Coralusp. O concurso dará prêmios aos três primeiros colocados (nos valores de R$ 7 mil, R$ 5 mil e R$ 3 mil), que terão pelo menos um de seus arranjos apresentados em concertos públicos pelo Coralusp, a partir de 2022. O período de inscrição começou no dia 1º passado e vai até 31 deste mês. A lista dos participantes será divulgada no dia 8 de setembro e o resultado final sairá em 15 de outubro. O objetivo do concurso é fomentar a produção de novos arranjos corais de música brasileira e valorizar o trabalho de arranjadores.
Os participantes devem entregar dois arranjos inéditos para o concurso, que não tenham sido editados, gravados ou apresentados em concerto anteriormente. Um deles será uma “peça de confronto” e o outro, um arranjo de livre escolha a partir de uma lista de músicas definida pela comissão organizadora. “A peça de confronto é uma maneira de comparar os concorrentes”, explica o coordenador do concurso. “Se não fosse dessa forma, poderia acontecer que o candidato escolhesse um mais simples para a entrega.” A canção escolhida para a peça de confronto é Velha Roupa Colorida, de Belchior. Já para fazer o arranjo livre o candidato deve escolher uma das seguintes canções: Luz (Grou, Drik, Barbosa, Emicida e Rael), Realce (Gilberto Gil), Prosando com Maria (Moraes Moreira), Tua cantiga (Cristóvão Bastos e Chico Buarque), Fim da Cidade (Rodrigo Campos), Onze fitas (Fátima Guedes) e Lok ok (Chico César).
Tanto o arranjo da peça de confronto como o arranjo livre devem ser escritos para coral a quatro vozes (soprano, contralto, tenor e baixo), a cappella (sem acompanhamento de instrumentos). A seleção dos arranjos será realizada por uma comissão formada por três membros da equipe artística do Coralusp e a nota final do participante será uma média das notas da peça de confronto e da peça de livre escolha. Cada critério de avaliação vale um ponto para a nota final: conhecimento técnico da escrita coral, conhecimento das tessituras vocais e viabilidade de execução, conhecimento de estilo, coerência e clareza da parte formal, conhecimento técnico de encadeamentos harmônicos e criatividade.
Cada candidato deverá enviar os arranjos, somente de forma editorada, sem manuscritos, para o e-mail coralusp@usp.br, com um pseudônimo. Os arranjos com pseudônimo serão enviados à comissão julgadora. Será permitido o uso da percussão vocal e/ou da percussão corporal, além de outros recursos e efeitos especiais produzidos pelo corpo ou pelas vozes, desde que devidamente explicados e especificados na partitura.
O arranjo é uma nova instrumentação proposta, como a escolha de outro gênero musical ou estilo diferente da música original, explica ainda Fernandes. Essa “reedição” da obra faz parte do universo da música e seus autores – os arranjadores – ficaram prejudicados na pandemia. É o que demonstra uma pesquisa recente da União Brasileira de Compositores (UBC) e da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), que apontou que 86% dos profissionais da música tiveram perdas econômicas durante a pandemia. “Muitos arranjadores estão sem trabalho por causa da pandemia. O concurso também é uma oportunidade de esse artista exercer a sua profissão e eventualmente ganhar o concurso”, afirma Fernandes.
As inscrições para o 1º Concurso de Arranjos Corais Coralusp devem ser feitas até 31 de agosto pelo e-mail coralusp@usp.br. O edital do concurso e mais informações estão disponíveis no site do Coral da USP.