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Símbolo das artes liberais cultivadas no período Barroco, que se dividiam em trivium e quadrivium. Ao fundo, pintura Allegory of the Five Sens, de Theodoor Rombouts - Fotomontagem: Jornal da USP - Imagens: Wikimedia Commons e Wikipedia
Aulas-concertos vão explorar 800 anos de história da música
Série de encontros quinzenais - que começa nesta quinta-feira, dia 20, no Centro Maria Antonia da USP - inclui obras e compositores da Idade Média e do Barroco
O Centro Maria Antonia da USP promove o ciclo A Matemática dos Afetos: Um Painel da Música Medieval e Barroca, a partir desta quinta-feira, dia 20, às 17 horas. Em encontros quinzenais ao longo do ano, a série percorrerá 800 anos de história musical no Ocidente, com aulas-concertos sobre ópera e música cantada e instrumental.
“Vai ser uma oportunidade tanto para o público quanto para os músicos, porque existem músicos muito bons que não têm onde se apresentar em São Paulo”, diz o pianista Dante Pignatari, doutor pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e curador do programa.
O nome da série remete à organização do conhecimento na Idade Média, quando existiam dois grupos de disciplinas. O primeiro deles, Trivium, englobava a gramática, a lógica e a retórica e o segundo, Quadrivium, a aritmética, a geometria, a astronomia e a música. “A música era estudada como uma das ciências. Ela era a matemática e os afetos eram o que a música queria expressar”, explica Pignatari.
O curador já ministrou cursos de história da música no Centro Maria Antonia e, neles, utilizava gravações para que os alunos ouvissem as composições tratadas nas aulas. Agora, no programa do ciclo A Matemática dos Afetos, a música será demonstrada ao vivo com aulas-concertos que misturam teoria e prática. “A música clássica tem todo um lado teórico. Nesse formato de aula-concerto, você ressalta alguns aspectos da estrutura da música e os executa em seguida”, esclarece Pignatari.
Para o curador, a aula-concerto é a única forma de o público perceber a complexidade da teoria dos afetos do Barroco e entender o que a música queria expressar e como ela constrói emoções. A primeira aula será sobre a música para teclado do compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750), e será apresentada por Pignatari. Ele explicará e executará três peças de Bach – entre elas, um par de prelúdio e fuga do volume 1 de O Cravo Bem Temperado, obra de 1722. Ele antecipa que intercalará explicações com demonstrações no piano e, ao final, tocará as peças na íntegra.
Depois da aula-concerto de Pignatari, o ciclo continua com encontros conduzidos por outros músicos. Em maio e junho, o cravista Pedro Augusto Diniz coordenará cinco apresentações, que abordarão a música do período que vai do final do século 12 ao século 17, incluindo o repertório da Escola de Notre Dame, o madrigal italiano e as criações dos compositores Orlando de Lassus e Giovanni Palestrina, conforme divulgou o Centro Maria Antonia.
A partir de agosto, o ciclo será coordenado por Marília Vargas, que tratará da melodia vocal cantada, utilizada na ópera e na canção. Encerrando o ciclo, a professora Monica Lucas, do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, coordenará cinco aulas-concertos dedicadas à música instrumental.
A aula inaugural do ciclo A Matemática dos Afetos: Um Painel da Música Medieval e Barroca, com o pianista Dante Pignatari, acontece nesta quinta-feira, dia 20, às 17 horas, no Centro Maria Antonia da USP (Rua Maria Antonia, 258, Vila Buarque, em São Paulo, próximo às estações Santa Cecília e Higienópolis-Mackenzie do Metrô). Entrada grátis (retirada de senha com uma hora de antecedência na portaria do Centro Maria Antonia). Mais informações e a programação completa do primeiro semestre do ciclo estão disponíveis neste link.
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